Presidente do Juventus perde nas urnas, mas resiste a impeachment - Gazeta Esportiva
Presidente do Juventus perde nas urnas, mas resiste a impeachment

Presidente do Juventus perde nas urnas, mas resiste a impeachment

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

12/03/2018 às 23:44 • Atualizado: 12/03/2018 às 23:50

São Paulo, SP

Domingos Sanches seguirá como presidente do Clube Atlético Juventus. Na noite dessa segunda-feira, o Conselho Deliberativo do clube da Mooca se reuniu de forma extraordinária para votar o impeachment do mandatário. No fim, do quadro de 180 conselheiros, 161 compareceram. Destes, 157 puderam votar. Por ordem do estatuto, o pleito teve de acontecer na condição de escrutínio secreto, ou seja, os votos não tiveram seus autores conhecidos. Dessa forma, Sanches até foi derrotado nas urnas, pois 86 membros votaram a favor de seu afastamento, contra 69 que defenderam sua permanência. Um conselheiro votou branco e ainda teve outro que preferiu anular seu voto. Mas, também como manda o estatuto juventino, seriam necessários dois terços (2/3) dos votos (104 no caso) para que o atual presidente fosse impedido de prosseguir em suas atribuições.





A abertura do processo aconteceu depois da Gazeta Esportiva revelar com exclusividade áudios gravados pelo ex-diretor de marketing do clube, Adriano Daré, em que o conteúdo aponta para uma tentativa de Domingos Sanches e seu vice-presidente, Saulo Moisés Franciscón, de mascarar prejuízos aos órgãos internos fiscalizadores. A reportagem também teve acesso a notas que comprovam calotes e ao uso de empresas particulares para a quitação de compromissos de ordem financeira do Juventus.


Apesar do clima tenso nos bastidores, a reunião transcorreu sem nenhum problema mais grave ou entrevero por consequência de algum ânimo mais exaltado. Houve apenas muita comemoração daqueles que apoiavam Domingos Sanches após o anúncio oficial do resultado da eleição.



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A Comissão de Sindicância usou seus 30 minutos disponíveis para dar o parecer a favor do impeachment. Na intenção de sustentar sua tese, o grupo apresentou documentos que apontavam para uma série de ilegalidades institucionais que a atual gestão estaria cometendo nos últimos meses.


Após isso, a defesa de Domingos Sanches foi apresentada por seu advogado e representante legal. No início de seu discurso, aliás, a defesa pediu que se levantassem os conselheiros que fossem contra a realização da votação. Quem estava dentro do salão diz que cerca de 40 pessoas se ergueram.






Muitos acreditavam que a defesa apresentaria um laudo pericial para comprovar a tese de que os áudios gravados de reuniões na sala da presidência fossem editados ou falsos. No entanto, nada foi mostrado. Houve apenas uma oratória no sentido de negação de todas as acusações.


Na sequência, os conselheiros presentes foram convidados a iniciar a votação e, apesar do “sim” ter obtido 17 votos a mais que o “não”, o presidente do Conselho Deliberativo, e desafeto público de Domingos Sanches, teve de anunciar a permanência do atual mandatário no posto mais alto do Clube Atlético Juventus.

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