De cabeça no jogo: a psicologia dentro dos esportes eletrônicos - Gazeta Esportiva
De cabeça no jogo: a psicologia dentro dos esportes eletrônicos

De cabeça no jogo: a psicologia dentro dos esportes eletrônicos

Gazeta Esportiva

Por Felipe Leite e João Varella*

25/10/2018 às 08:00

São Paulo, SP




Muitas horas trabalhando, uma grande exigência por resultados e a necessidade de saber trabalhar em grupos. Tudo isso são características essenciais para inúmeras áreas de trabalho, entre elas o eSports, como já demonstramos em nossas matérias especiais dessa semana.

Além desses fatores, soma-se o fato dos esportes eletrônicos ainda serem um território ocupado por jovens que acabam sentindo todas essas condições com ainda mais intensidade. Sabendo da importância de se ter jogadores fortes psicologicamente para encarar de frentes essas dificuldades, a Vivo Keyd recorreu a ajuda de um especialista na área.

Confira todas as matérias especiais sobre eSports da Gazeta Esportiva:

Não é só um joguinho: atletas de time de LoL enfrentam resistência

Atletas de eSports encaram treinos de até 13 horas e distância da família

De chef de cozinha a treinador de LoL, Hugo Garcia assume papel fundamental na Keyd

Com mais de 30 anos de vivência na profissão, João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, tem trabalhado diretamente com os atletas de League of Legends da equipe e afirma que ficou impressionado com a receptividade dos jogadores para conhecer a importância da mente na profissão, algo que não acontece com tanta frequência em outras modalidades.

"No Brasil, sobretudo no futebol, onde a parte psicológica é sumariamente ignorada, se tem muito preconceito nessa questão. O eSports de uma maneira geral tem apostado nesse trabalho psicológico, valorizando os aspectos humanos e os psicológicos ligados ao desempenho e entendendo que um atleta não é formado por uma parte física e uma técnica. Existe uma base para as práticas esportivas e essa é a parte psicológica. Não adianta você ter uma atleta muito bem preparado na parte física e muito bom tecnicamente se a base não der esse suporte", esclareceu, em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

João Ricardo Cozac explica importância do lado psicológico para os jogadores da Keyd (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


O profissional explica que esse trabalho psicológico é feito tanto de maneira individual quanto coletiva, visando o aprimoramento do conjunto do time, algo essencial por se tratar de um esporte em que os cinco jogadores precisam atuar de maneira cooperativa.

Veja também:

Blog - Gol de Cabeça (João Ricardo Cozac)

Blog – Arena Multiplayer (Vinicius Zanoni)


Confira o especial de três capítulos da Gazeta Esportiva sobre os eSports!


"A gente realiza trabalhos que são individuais e coletivos. Nos individuais, normalmente se fala do dia a dia do time, algumas questões profissionais e pessoais, porque a gente não pode separar o atleta do ser humano. E, além disso, a gente faz um trabalho com tecnologias que otimizam a concentração e reduzem a ansiedade: técnicas como o bio feedback e neuro feedback, que são aparelhos modernos que você consegue indicar o nível de concentração do atleta. Além disso, o trabalho de grupo é muito importante para melhorar o trabalho de sinergia, comunicação e coesão da equipe e aprimorar a unidade coletiva do grupo”, explicou o “professor”, como é chamado por todos na casa.



E todas essas técnicas parecem realmente trazer uma série de benefícios aos jogadores. Pelo menos, é o que garante Micael “micaO” Rodrigues, também em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

"Psicologia no esporte era uma coisa que as pessoas não percebiam a importância, mas hoje a gente vê que coisas minúsculas mudam muito na hora do jogo. A mentalidade que você entra na partida, identificando alguns aspectos do adversário que a gente pode explorar em momentos de dificuldade. São muitas coisas que acabam ajudando bastante o nosso time como um todo", concluiu.




* Especial para a Gazeta Esportiva

Conteúdo Patrocinado