Pandemia ajuda Walce com nova chance em Tóquio: “Me machuquei no tempo certo” - Gazeta Esportiva
Pandemia ajuda Walce com nova chance em Tóquio: “Me machuquei no tempo certo”

Pandemia ajuda Walce com nova chance em Tóquio: “Me machuquei no tempo certo”

Gazeta Esportiva

Por Marcelo Baseggio

13/04/2020 às 18:00

São Paulo, SP

Walce rompeu o ligamento do joelho esquerdo às vésperas do Torneio Pré-Olímpico. Se preparando para defender a Seleção Brasileira sub-23 na busca por uma vaga em Tóquio 2020, o zagueiro revelado pelo São Paulo sofreu um duro baque, tendo de abrir mão de um antigo sonho, no entanto, a pandemia causada pelo novo coronavírus acabou trazendo uma nova esperança para o atleta.

Tudo aconteceu no dia 12 de janeiro, durante um jogo-treino entre a Seleção e o Boavista, na Granja Comary. Walce deixou o campo de maca e, no dia seguinte, foi confirmada a ruptura do ligamento cruzado anterior do seu joelho esquerdo. O prazo para retornar aos gramados geralmente é de seis a oito meses, o que o tiraria das Olimpíadas. No entanto, os Jogos foram adiados graças à pandemia, que até pode ter beneficiado o zagueiro, mas devastou o mundo.

“É uma situação que muitas pessoas ao meu redor comentaram. Eu me machuquei no tempo certo, veio a pandemia, vou conseguir ter uma nova chance de estar nas Olimpíadas. Mas, humanamente falando, é algo muito ruim, porque tem muitas pessoas sofrendo, passando por coisas que eu não gostaria nem de falar”, reconheceu em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.




Assumir que algo tão ruim coletivamente o beneficiou é, de fato, embaraçoso, mas Walce vem tentando lidar com a realidade da melhor maneira possível. Isolado em Indaiatuba, onde reside sua família, ele conta com seu irmão, Walber, estudante de fisioterapia, para ajudar em sua recuperação e vem mantendo contatos diários com os profissionais do São Paulo através de aplicativos de mensagens instantâneas e videochamadas.

“Não é uma pandemia que vai me ajudar, mas é algo que, independentemente de estar acontecendo ou não, iria ter que continuar trabalhar para melhorar. Isso fez com que as coisas mudassem e meio que colocou as Olimpíadas mais para frente, vai dar tempo de eu me recuperar e voltar”, prosseguiu.

“Não estou pensando muito no futuro, em estar nas Olimpíadas, estou pensando que essa pandemia tem que passar, tem que afetar o mínimo de pessoas possíveis e que eu possa voltar a correr, jogar, sentir o prazer de estar dentro de campo”, pontuou.

A presença de Walce nos Jogos Olímpicos de Tóquio não é certa, obviamente, mas ele desponta como um dos favoritos na convocação de André Jardine, uma vez que é considerado titular da zaga do time canarinho. Mais do que isso, o defensor do São Paulo é muito bem quisto pelo elenco, Mesmo ausente, os jogadores fizeram questão de mostrar sua camisa durante a premiação ao fim do Torneio Pré-Olímpico – o Brasil acabou sendo campeão da competição na Colômbia.

“Tinha certeza que a gente chegaria longe, que tínhamos grandes chances de sermos campeões. O grupo estava muito forte, unido, pensando em um só proposito, que era colocar a Seleção nas Olimpíadas. Tivemos uma afinidade muito grande, isso fez com que na final eu fosse lembrado. Fiquei muito feliz, estava em casa quando vi todos me homenageando. Satisfeito em ver a humildade deles, reconhecendo que estava com eles e que, infelizmente, por uma lesão, não pude participar diretamente”, concluiu.

Conteúdo Patrocinado