Servílio lamenta ausências, mas vê boxe brasileiro forte nas Olimpíadas - Gazeta Esportiva
Servílio lamenta ausências, mas vê boxe brasileiro forte nas Olimpíadas

Servílio lamenta ausências, mas vê boxe brasileiro forte nas Olimpíadas

Gazeta Esportiva

Por Leonardo Moric*

29/03/2016 às 10:00

Santos, SP

Servílio de Oliveira foi o primeiro medalhista olímpico brasileiro no boxe (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Servílio de Oliveira foi o primeiro medalhista olímpico brasileiro no boxe (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


O boxe brasileiro chega cheio de expectativas para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no mês de agosto. Isto porque, após 44 anos em jejum, a equipe terminou as Olimpíadas de Londres, em 2012, com três medalhas conquistadas, sendo duas de bronze, de Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo, e uma de prata, de Esquiva Falcão.

Um dos grandes nomes da história do boxe brasileiro e justamente o dono da única medalha olímpica da modalidade até 2012, o ex-pugilista Servílio de Oliveira, bronze nas Olímpiadas da Cidade do México, em 1968, comentou sobre suas expectativas em relação à participação brasileira nos Jogos do Rio.

Servílio falou sobre a evolução do esporte no Brasil desde o período em que conquistou o bronze na categoria peso-mosca. “Veja, o Brasil tem 108 medalhas em todos os tempos. O Brasil começou a participar dos Jogos Olímpicos em 1920 e, de lá para cá, o Brasil conquistou apenas 108 medalhas. A minha medalha foi a 14ª medalha de um brasileiro (nas Olimpíadas), e perdurou sendo a única por 44 anos (de um brasileiro no boxe). Em 2012, Adriana Araújo ganhou bronze, Yamaguchi ganhou bronze e o Esquiva ganhou prata. Acho bacana”, afirmou.

Sobre o Rio 2016, no entanto, o ex-atleta lamentou a ausência de três grandes nomes do boxe brasileiro, que chegaram a negociar a permanência no esporte amador, mas acabaram se profissionalizando após as Olimpíadas de Londres em busca de um melhor contrato e reconhecimento. Mesmo assim, disse acreditar em um bom desempenho da equipe na busca por medalhas.

“Penso que o Brasil tem um bom time para representar o nosso país agora em 2016, mas o Brasil poderia estar muito melhor representado se tivesse segurado no Boxe Olímpico o Yamaguchi Falcao, o Esquiva e o Everton Lopes. Mesmo assim, com Robson Conceição e os outros meninos ainda poderemos fazer um bom papel”, analisou, durante o evento de aniversário de 80 anos do ex-pugilista Éder Jofre.

As ausências se devem às regras não permitirem a participação de profissionais do boxe nos Jogos Olímpicos. A AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador), no entanto, vem pensando na mudança do regulamento, já podendo implementá-lo nas Olimpíadas do Rio. Os pugilistas, porém, teriam que passar pelas mesmas etapas de classificação que os amadores, disputando os pré-Olímpicos, o que gera críticas à entidade, com afirmações de que o retorno da elite do esporte poderia tirar vagas de boxeadores que treinaram durante quatro anos para a competição.

Servílio de Oliveira participou do aniversário de 80 anos do ex-pugilista Éder Jofre (Foto:Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Servílio de Oliveira participou do aniversário de 80 anos do ex-pugilista Éder Jofre (Foto:Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


No momento, o boxe brasileiro possui oito classificados para as Olimpíadas. Para as seis vagas que o Brasil tem direito por ser o país sede, sendo uma no feminino e cinco no masculino, foram escolhidos Adriana Araujo - categoria Leve (até 60kg), Patrick Lourenço - categoria Mosca Ligeiro (até 49kg), Julião Neto - categoria Mosca (até 52kg), Robenilson de Jesus - categoria Galo (até 56kg), Joedison Teixeira - categoria Meio-Médio-Ligeiro (até 64kg) e Michel Borges - categoria Meio-Pesado (até 81kg). Além deles, Robson Conceição – categoria Leve (até 60kg) garantiu a vaga no Mundial de 2015, em Doha, e Juan Nogueira – categoria Pesado (até 91kg), conquistou a classificação no Pré-Olímpico das Américas de 2016, em Buenos Aires.

O Brasil ainda possui duas chances de ampliar a lista de classificados. Em maio, as boxeadoras poderão brigar por vagas no Mundial Feminino em Astana, no Cazaquistão. Já os pugilistas terão mais uma chance em junho, no Mundial Masculino em Baku, no Azerbaijão.

*Especial para Gazeta Esportiva

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