Ídolo tricolor, França fala sobre pandemia no Japão: “Brasil ainda vai sofrer com 2ª onda”
Por Redação
13/04/2020 às 21:19 • Atualizado: 13/04/2020 às 21:20
São Paulo, SP
“Logo que saíram os primeiros casos na cidade de Wuhan, na China, os japoneses se prepararam, porque estão acostumados com epidemias. Houve uma preparação, e os japoneses conseguiram eliminar, teve uma quarentena de cinco dias, foram 300 casos e quatro mortos, por exemplo. Como em todo mundo, existe a irresponsabilidade, os jovens começaram a sair muito, os japoneses viajaram para a Espanha e trouxeram o vírus de volta, porque não fecharam o aeroporto”, contou França durante uma live com Reinaldo, outro ex-atacante que vestiu a camisa do São Paulo no início dos anos 2000.
“Então, entramos em quarentena de novo, de 6 de abril até 3 de maio. Só estão abertos supermercados, lojas de conveniência, estabelecimentos essenciais. O negócio está tão pesado que os japoneses fizeram protestos nas ruas. Isso, quando acontece, para mim acabou o mundo. Já viu japonês protestando? O salário mínimo é entre 1500 e 2000 dólares. Então, quando estão reclamando, algo está errado. O Primeiro-Ministro está dando duas máscaras por família, mas as pessoas querem dinheiro. A situação mais preocupante é a taxa de suicídio. No Japão, sem o vírus, infelizmente, 35 mil pessoas tiram a vida aqui todo ano, só perde para a Rússia. Então, nessa fase, com um monte de desempregados, a gente vê a preocupação das pessoas aqui no Japão”, prosseguiu.
Embora a pandemia tenha chegado ao Japão muito antes que no Brasil, os japoneses ainda têm de se adaptar à nova realidade causada pela covid-19. Já se passaram quatro meses desde os primeiros casos, e França sabe que os brasileiros ainda terão uma árdua batalha pela frente caso queiram poupar o máximo de vidas possíveis.
“Infelizmente, o Brasil vai pegar a segunda onda. Estamos pegando a segunda onda no Japão. O Brasil ainda está na primeira onda. A segunda onda é quando você relaxa um pouco, e as transmissões começam de novo. A quarentena vai acabar, vão soltar o pessoal e a transmissão vai acontecer de novo, a quarenta vai voltar. Esse vírus é mais letal que outros, atingiu até os índios ai na Amazônia”, concluiu.