“Será que o Cuca chamou ele ao pé do ouvido, foi lá no quarto e falou: ‘vamos conversar?’”, ponderou o Pé de Anjo. “A leitura que eu faço é a seguinte: a questão não é técnica, porque o Felipe é um cara de personalidade forte, de opinião contundente, que comanda o ambiente. É um cara que vai lá... Lógico não queremos violência, mas futebol é tiro, porrada e bomba”, explicou o ex-jogador.
Para Marcelinho Carioca, Cuca deveria contornar o caso e não levar direto à diretoria por entender que Felipe Melo ainda poderia ser útil para o time, principalmente em função das opções que o treinador tem à disposição no elenco.
“O Felipe brigou com o preparador físico, com dois jogadores, ele fala na cara, é um cara diferente, transparente. Ele vinha jogando bem. Há dois meses ele era o herói do time. Agora, o perfil do Cuca é assim: ‘eu não vou falar para ele. Eu vou por cima e prefiro tirar’. A questão não é técnica. O Thiago Santos e o Bruno Henrique não são melhores que o Felipe nem aqui nem na China”, opinou Marcelinho, que enquanto jogador também era conhecido por “falar demais” e ter uma personalidade destacada.
“Se ele não treinar uma semana ele joga ali. Mas é como meu pai me dizia: quem fala demais dá bom dia a cavalo. O Felipe tem a personalidade muito forte. Ele bateu de frente com o comandante”, continuou Marcelinho. “O Felipe Melo é um cara sensacional. É um cara maravilhoso. Às vezes ele fala para a gente: ‘eu não consigo me conter, eu vejo as coisas erradas’. Eu perdi três Copas do Mundo por falar demais”, completou.
Questionado pelo comentarista Vanderlei Nogueira, Marcelinho Carioca, com experiência de sobra no futebol, explicou o motivo da ausência de opinião do restante do grupo de atletas diante do caso.
“O grupo não vai se meter, não vai chegar e falar, porque existe um comando que pode rasgar todo mundo. Quando você coloca um cara de personalidade no banco, você induz o cara a errar. É um cara que vai ser titular até com a venda nos olhos. Você vai colocar no banco, ele não vai aguentar”, concluiu Marcelinho.