Há 85 anos, Palestra fez 8 a 0 no Santos rumo a único tri paulista - Gazeta Esportiva
Há 85 anos, Palestra fez 8 a 0 no Santos rumo a único tri paulista

Há 85 anos, Palestra fez 8 a 0 no Santos rumo a único tri paulista

Gazeta Esportiva

Por Bruno Ceccon

11/12/2017 às 09:00

São Paulo, SP

Lara, Imparato, Pellicciari, Avelino, Junqueira, Loschiavo, Sandro, Adolfo, Tunga, Goliardo e Nascimento (Foto: Gazeta Press)


A rivalidade entre Palmeiras e Santos, acirrada nas últimas temporadas, teve um de seus pontos altos há exatos 85 anos. Em 11 de dezembro de 1932, rumo ao único tricampeonato paulista de sua centenária história, o Palestra Itália goleou o time alvinegro por 8 a 0, no antigo Estádio da Ponte Grande.

Em função do Revolução Constitucionalista, o Estadual de 1932 ficou paralisado por quatro meses e acabou disputado em turno único pelos 12 participantes. O Palestra Itália garantiu o título na antepenúltima rodada, com um triunfo por 3 a 0 sobre a Portuguesa.

Embora já estivesse com o título estadual assegurado, o clube que originou a Sociedade Esportiva Palmeiras massacrou nas duas últimas rodadas. Antes de humilhar o Santos, o Palestra Itália aplicou uma goleada por 9 a 1 sobre o Germânia, atual Esporte Clube Pinheiros.

No primeiro tempo contra o Santos, o Palestra marcou por meio de Romeu Pellicciari, Lara, Imparato III (2) e Sandro. Com o goleiro Athie e Catitu lesionados, o time praiano voltou para o segundo tempo com dois a menos e Victor improvisado na meta, já que não havia substiuições. Em ritmo de treino, Avelino, Pellicciari e Goliardo fecharam a goleada.

Imparato ilustrou capa do dia seguinte (Foto: Acervo/Gazeta Press)


No primeiro tempo, perdendo por 2 a 0, o Santos chegou a marcar com Logu, mas a arbitragem assinalou impedimento. Diante da reclamação dos atletas alvinegros, o juiz Álvaro Cardoso de Moura decidiu deixar a partida e acabou sucedido por Alfredo Paladino – a confusão paralisou o jogo por cerca de 15 minutos.

“O Palestra encerrou o campeonato como queria e – por que não dizê-lo? – merecia: invicto. Ganhou sua última partida com a mesma autoridade e desenvoltura com que o vimos ultimamente superar a todos os seus adversários”, noticiou A Gazeta Esportiva, que promoveu uma campanha popular para produzir medalhas de ouro aos campeões.

Com 11 vitórias em 11 jogos, o time do técnico uruguaio Humberto Cabelli marcou 48 gols, sofreu apenas oito e teve Pelliciari, autor de 18 tentos, como artilheiro do torneio. Em 1932, o defensor Junqueira, primeiro a ganhar um busto no Palmeiras, iniciou sua coleção de sete títulos paulistas, um recorde na agremiação.

Fundado em 1914, o jovem clube se consolidou como potência durante a década de 1930. O Palestra Itália, ganhador do Campeonato Paulista 1932, alcançou seu único tricampeonato estadual ao vencer as edições de 1933 e 1934 do torneio, as primeiras da era profissional.

Na campanha rumo ao título de 1933, mantendo a voracidade nos clássicos, o clube bateu o Corinthians por 8 a 0. Na mesma temporada, conquistou a primeira edição do Torneio Rio-São Paulo e, diante do Bangu, inaugurou o moderno “Stadium Palestra Italia”, já com arquibancadas de concreto.

Desde então, o Palmeiras voltou a conquistar dois títulos paulistas consecutivos apenas nas temporadas de 1993 e 1994. Em 1995, derrotado pelo arquirrival na final Corinthians, o time perdeu a chance de repetir o feito único logrado pelo time dirigido por Humberto Cabelli nos anos 1930.

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