Não é todo mundo que conhece o trabalho do português por aqui, por isso resgatamos algumas histórias e também suas principais características. Antes do Timão, ele já havia sido cogitado no Botafogo, conforme John Textor, investidor da SAF, revelou recentemente.
Histórico
Aos 60 anos, Castro, como a grande maioria dos técnicos, foi jogador, tendo atuado como lateral-direito em clubes de médio escalão de Portugal, entre eles o Vitória de Guimarães. No final da década de 90, iniciou seus trabalhos como treinador, o que faz até hoje.
Um dos pontos que chamam atenção, e que era um "pré-requisito" para a diretoria corintiana, é seu trabalho com as categorias de base. Entre 2006 e 2014, ele atuou como coordenador na base do Porto, tendo trabalhado em conjunto com jovens atletas, alguns dos quais renderam uma grana em suas vendas posteriores (exemplo de Fabio Silva, vendido ao Wolverhampton por 40 milhões de euros).
Depois, ele dirigiu a equipe B dos Dragões, quando conquistou a Segunda Liga (uma "Série B"). Nessa época, em 2016, ele falou sobre seu estilo de jogo, algo que muito interessa ao torcedor corintiano.
"Podem falar que é um futebol sonhador, lírico, mas é nisso que acredito no futebol. Não vou só atrás dos pontos, mas vou atrás fundamentalmente do desenvolvimento dos jogadores e de um jogo de qualidade, com essa vontade, que é fundamental ter para conquistar bons resultados".
Ele também trabalhou em outros clubes portugueses, como Rio Ave, Chaves e no próprio Vitória de Guimarães. Aliás, quando foi apresentado ao clube, em 2018, falou sobre a relação que pretendia ter com a torcida.
"Família é o mais importante nos momentos mais delicados da nossa vida. Sendo uma família boa, como eu tenho a certeza que é a família vitoriana, e um desafio que eu faço para a torcida é que esteja incondicional ao nosso lado, que nós estaremos incondicionalmente ao lado deles, com obrigação de deixar nossos torcedores satisfeitos em cada temporada", falou na ocasião.
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"Prometer um trabalho forte ao longo da temporada e, para se atingir bons resultados, tentar procurar jogar bem. Muitas vezes as instituições procuram atingir resultados sem perceber o caminho até eles. Até um resultado ser alcançado, tem um caminho a ser percorrido, que é jogar bem, e é isso que nós prometemos à torcida do Vitória. Vamos fazer tudo para satisfazer os torcedores, com qualidade de jogo e, assim, conseguir bons resultados", complementou.
O ponto alto de sua carreira, porém, acabou sendo no Shakhtar Donetsk, onde trabalhou, inclusive, com Dentinho e Maycon, ex-Corinthians. Lá, ele somou 84 partidas, com 51 vitórias, 16 empates e 17 derrotas, além do maior título de sua carreira, o Campeonato Ucraniano de 2019-2020. Com o clube, chegou a duas semifinais da Liga Europa e também atuou na Liga dos Campeões, com vitórias sobre o Real Madrid.
No Al-Duhail, até agora, são 16 jogos, com 11 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas.
Estilo de jogo
Em seus trabalhos realizados até hoje, o principal ponto de confluência é a priorização pela posse de bola. O treinador utiliza como formação preferida o 4-2-3-1, alternando para o 4-3-3, com construção ofensiva partindo desde a defesa para chegar ao gol, com marcação-pressão quando não está com a bola.
Além disso, Castro dá liberdade para que seus jogadores sejam criativos, ele não costuma ficar preso a uma só ideia, engessado, mas algo se mostra bastante forte em seus times: a figura do primeiro volante.
Ele valoriza demais a posição, considerando-a o jogador principal para guiar o time ao ataque, com triangulações e passes curtos entre outros mais à frente, por isso seus times possuem mais a bola.
