No entanto, o treinador, nascido no Rio Grande Sul, também tem vivido semanas tensas com as enchentes que vitimaram centenas de pessoas em seu estado natal. A seu pedido, o América mobilizou doações por meio do “Nuestras Alas”, seu departamento de responsabilidade social, e pela Fundação Televisa, proprietária do clube. Parte da renda da semifinal contra o Chivas foi destinada à aquisição de milhares de kits de higiene pessoal para as vítimas da tragédia.
“A solidariedade demonstrada pelo clube nesse momento tão difícil enfrentado pela população gaúcha foi incrível. Isso é algo que mostra a grandeza do América e apenas me motiva mais a dar essa alegria a mais à torcida. Vamos em busca de mais este título”, disse Jardine.
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Como líder da primeira fase, o América tem a vantagem de decidir o título em casa, no Azteca, no domingo. Caso se sagre campeão pela segunda vez consecutiva, Jardine será o primeiro técnico em 35 anos a conseguir tal feito pelo clube da capital, o maior vencedor da história da Liga MX, com 14 títulos em sua galeria.
“Desde que cheguei ao América, no meio do ano passado, disse que meu objetivo era marcar uma era vencedora aqui. Temos de nos acostumar com momentos decisivos como esse, um clássico, com estádio lotado na ida e na volta, que o país pára para assistir. Esses são os jogos bons de se jogar, e é aqui que a história é realmente escrita”, afirma André Jardine.
Em seu caminho na Liguilla, como os mexicanos chamam a fase de mata-mata do campeonato, curiosamente Jardine tem enfrentado uma espécie de “Copa América particular”, enfrentando outros treinadores sul-americanos. Nas quartas de final, o América eliminou o Pachuca, finalista da Concachampions 2024 e comandado pelo uruguaio Guillermo Almada. Nas semifinais, o adversário foi o Chivas, maior arquirrival dos americanistas, treinado pelo argentino Fernando Gago. Agora, nas finais, o rival será o Cruz Azul, sob a batuta do também argentino Martín Anselmi.
“É uma coincidência interessante. Talvez seja um aperitivo para a Copa América do mês que vem”, brinca Jardine. “Mas é uma prova da competência dos profissionais sulamericanos e do reconhecimento que temos por aqui. Fico feliz em ajudar a abrir novos mercados e representar o Brasil em um país tão apaixonado pelo nosso futebol como o México”, diz o brasileiro.