Brasil tem profusão de atacantes e escassez de defensores para 2022 - Gazeta Esportiva
Brasil tem profusão de atacantes e escassez de defensores para 2022

Brasil tem profusão de atacantes e escassez de defensores para 2022

Gazeta Esportiva

Por Redação

11/07/2018 às 08:49

São Paulo, SP




Quase uma semana após a Seleção Brasileira ser eliminada da Copa do Mundo da Rússia, já é hora de começar a projetar o próximo Mundial, em 2022, no Catar. Entre as jovens promessas do futebol nacional, há uma profusão de opções para o ataque, mas escassas alternativas de renovação para a defesa.

Alguns desses nomes garimpados pela Gazeta Esportiva já chegaram a ser observados pelo técnico Tite antes da sua convocação final para a Copa da Rússia. Havia quem quisesse que o atacante Vinícius Júnior, por exemplo, fosse chamado para ganhar experiência, tal qual ocorreu com Ronaldo no título de 1994 e Kaká na conquista de 2002.

Ficou para a próxima. Após se despedir do Flamengo, Vinícius Júnior chegará à maioridade na quinta-feira já como atleta do Real Madrid. No clube espanhol, ele terá a missão de fazer jus à badalação que o cerca desde as categorias de base para se confirmar como um dos principais nomes da Seleção Brasileira em 2022.



Já sem o astro português Cristiano Ronaldo, vendido à italiana Juventus, o Real Madrid aposta em mais um brasileiro para renovar o seu plantel no futuro. Trata-se do também atacante Rodrygo, que surgiu como mais nova joia do Santos e irá se juntar a Vinícius Júnior no clube merengue em julho de 2019.

Uma revelação que permanece no futebol brasileiro é um antigo companheiro de Vinícius Júnior. Versátil, o meio-campista Lucas Paquetá dificilmente não ganhará uma oportunidade durante a preparação da Seleção Brasileira para o Mundial do Catar. Cabe a ele continuar em alta no Flamengo.

Outro atacante oriundo do futebol carioca, por outro lado, já seguiu o exemplo de Vinícius Júnior e rumou à Europa. Paulinho completará 18 anos no domingo, dia da final da Copa do Mundo da Rússia, e passará a ser jogador do Bayer Leverkusen, clube alemão que o tirou do Vasco.




Há mais peças ofensivas entre aqueles que ainda resistem ao assédio europeu. Pedrinho, por exemplo, busca aprimorar o seu condicionamento físico para corresponder com as expectativas criadas por torcedores do Corinthians. Cedido ao Atlético-MG pelo Palmeiras, Roger Guedes é outro que apresenta idade (21 anos) e potencial para vingar. Luan é mais velho, com 25 anos, mas acumula elogios desde que conduziu o Grêmio à conquista da Copa Libertadores da América.

Alguns novos atacantes brasileiros já têm experiência europeia. São os casos de Malcom, do francês Bordeaux, Richarlison, do inglês Watford, e David Neres, do holandês Ajax, todos com possibilidades de transferência para clubes mais expressivos. O meia Anderson Talisca, por sua vez, esteve no radar de Tite para 2018, porém deixou o Besiktas, da Turquia, para lucrar no Guangzhou Evergrande, da China.

Já Gabriel, campeão olímpico em 2016, saiu da Europa por outro motivo. Após fracassar no Campeonato Italiano pela Internazionale, o jogador tenta resgatar o seu melhor futebol no Santos para voltar a ser visto como alguém com chances de defender o Brasil em uma Copa do Mundo.




O comando do ataque canarinho, setor que poderia ser ocupado por Gabigol, é uma posição crítica no mundo. E é por isso que Felipe Vizeu, vendido pelo Flamengo à italiana Udinese, alimenta esperanças de ser lembrado em futuras convocações. O posto na Copa do Mundo da Rússia pertenceu a outro novato, Gabriel Jesus, contestado por ter passado em branco e com esperanças de vingar daqui a quatro anos.

Os jovens volantes brasileiros também deverão ser aproveitados por Tite ou quem o suceder. Casemiro ainda é novo (26 anos) e, badalado, provavelmente estará no Catar. O mesmo não vale para Paulinho (29) e Fernandinho (33), que deixaram a Rússia com as suas imagens arranhadas por má atuações.

Sendo assim, atletas preteridos por Tite já cobiçam disputar espaço com Fred, que trocou o Shakhtar Donetsk pelo Manchester United em meio à preparação brasileira para o Mundial e foi mantido no elenco da Seleção mesmo após se lesionar. Os principais candidatos a despontar são Arthur, ex-gremista do Barcelona, Fabinho, do Liverpool, Maycon, do Shakhtar, Douglas Luiz, emprestado pelo Manchester City ao Girona, e Thiago Maia, ex-santista do Lille.




Para a defesa, o Brasil não dispõe de tantas promessas assim. As laterais da Seleção poderão passar por uma reformulação para a Copa do Catar, já que Daniel Alves está com 35 anos e Marcelo, com 30. Fagner (29) e Filipe Luís (32), utilizados na Rússia, não deverão ter fôlego para suprir as eventuais ausências dos titulares habituais dos últimos anos.

Danilo, que tem 26 anos e foi convocado para a Copa, é o herdeiro imediato da lateral direita. Atrás dele, surgem jogadores que ainda não são unanimidades, como Éder Militão, do São Paulo, e o campeão olímpico William, do Wolfsburg. Na esquerda, Guilherme Arana, do Sevilla, e Jorge, do Monaco, estão na mesma situação, competindo com o já maduro Alex Sandro, da Juventus.

A zaga é considerada ainda mais problemática para a Seleção Brasileira. Thiago Silva e Miranda, os mais recentes titulares de Tite, têm 33 anos e só deverão participar de uma eventual transição em suas posições nas próximas temporadas. Marquinhos, aos 24 e titular na maior parte das Eliminatórias, tem tudo para se firmar de vez.




O futuro parceiro de Marquinhos é uma incógnita. Um pouco mais experiente, Jemerson, revelado pelo Atlético-MG e hoje no Monaco, chegou a ser cotado para estar no Mundial da Rússia e vem facilmente à lembrança. Ao contrário de Igor Rabello, do Botafogo, ainda desconhecido por muitos torcedores, bem como outros colegas que buscarão chamar a atenção até 2022.

No gol, se Tite ou um sucessor seu assim desejar, não será necessário pensar tanto. Alisson está com 25 anos. Ederson, com 24. Os dois companheiros de Cássio na Rússia, portanto, poderão disputar titularidade para a Copa do Mundo seguinte.

Seja como for, a Seleção Brasileira precisará lapidar os seus talentos para também ter uma ótima geração no Catar, exatamente como se dizia da algoz Bélgica. Tite deverá ser o encarregado de escolher esses atletas, uma vez que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende renovar o contrato do treinador – conferindo-lhe, agora, maior gerência também nas categorias de base nacionais.

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