Ouro em Londres, Alan Fonteles acredita em mudança na cultura do país - Gazeta Esportiva
Ouro em Londres, Alan Fonteles acredita em mudança na cultura do país

Ouro em Londres, Alan Fonteles acredita em mudança na cultura do país

Gazeta Esportiva

Por Lucas Toso*

24/08/2016 às 15:14 • Atualizado: 24/08/2016 às 18:49

São Paulo, SP

Alan Fonteles durante treino de atletismo no CT Paralímpico, na capital paulista, visando as Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016, no Brasil 24/08/2016 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Alan Fonteles durante treino de atletismo no CT Paralímpico, na capital paulista, visando as Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016, no Brasil 24/08/2016 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


Uma das grandes sensações da delegação brasileira para os Jogos Paralímpicos, Alan Fonteles, medalhista de ouro em Londres nos 200m rasos T43, acredita na evolução do esporte paralímpico dentro do Brasil e espera que, assim como os Jogos Olímpicos, as Paralimpíadas deixem um legado para mudar o modo como o país enxerga os atletas deficientes.

“Acho que é uma nova cultura que está começando, os Jogos Olímpicos deixaram um grande legado e sem dúvidas os Paralímpicos também vão deixar um outro legado para as pessoas verem os atletas com deficiência de outra maneira. Teve uma mudança de investimento. O esporte está crescendo e assim os investimentos também crescem”, afirmou o velocista durante sua passagem pelo Centro Paralímpico de São Paulo.

Recordista mundial nos 100m e 200m T43 - categoria para atletas com as duas pernas amputadas -, Fonteles derrotou o sul-africano Oscar Pistorius, lenda do esporte que mais tarde foi condenado à prisão por matar sua namorada. Apesar da ausência do forte adversário – o primeiro atleta paralímpico a competir em igualdade com competidores não eficientes – o paraense de 24 anos não acredita em uma disputa fácil.

“Vão ter alguns outros atletas fortes, o esporte paralímpico está crescendo bastante e cada vez tem mais atletas, principalmente na minha competição, então vamos esperar o evento chegar e eu vou lá para fazer meu melhor”, acrescentou. Seu atual recorde mundial dos 100m é de 10s77, tempo que o colocaria a frente de outros três competidores da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio.

A duas semanas da abertura das Paralimpíadas do Rio, Alan agora acerta os últimos detalhes para entrar forte e manter seu domínio nas provas de velocidade. “A preparação está bem intensa. Agora é uma fase de lapidação, tudo que tem para acertar, melhorar. É uma fase para poder acertar os pequenos detalhes”, comentou. Nesta quarta-feira, o velocista não chegou a treinar no Centro Paralímpico, realizando apenas sessões de fisioterapia para descansar.

Ainda muito jovem, o atleta já está em sua terceira edição das Paralimpíadas. “Foi uma coisa muito rápida. A minha primeira Paralimpiada eu tinha 15 anos e sem dúvida foi de uma experiência muito grande já conquistar uma medalha de prata. A evolução foi significativa. Fui prata no revezamento 4x100m em Pequim e ouro nos 200m rasos em Londres. Tento buscar todos os dias a evolução, melhorar meus treinos, e assim a evolução nas competições vai acontecendo”, afirmou.

Por fim, Alan acredita em casa cheia também nas Paralimpíadas. “Quero até convidar todo mundo para ir torcer no estádio, a gente precisa da torcida. Tenho certeza que os estádios vão estar lotados sim. É uma oportunidade única correr no Brasil com todo o público incentivando e gritando. Provavelmente não vou ter outra oportunidade dessas. Vai ser uma pressão muito grande, mas isso está sendo muito bem trabalhado para chegar lá o mais tranquilo possível e fazer meu melhor”, completou Alan, que tem a prova dos 200m como sua favorita.

 

*Especial para a Gazeta Esportiva

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