Para "dar voz a elas", evento reúne ex-atletas para debate sobre mulheres no esporte - Gazeta Esportiva
Para "dar voz a elas", evento reúne ex-atletas para debate sobre mulheres no esporte

Para "dar voz a elas", evento reúne ex-atletas para debate sobre mulheres no esporte

Gazeta Esportiva

Por Fernanda Lucki Zalcman*

08/03/2018 às 00:04 • Atualizado: 08/03/2018 às 00:05

São Paulo, SP

Evento contou com Aline Pellegrino, Fofão e Magic Paula (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


No dia oito de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. E ninguém melhor para falar sobre a realidade feminina no esporte do que a eterna capitã da Seleção Brasileira Aline Pellegrino, a campeã olímpica Fofão e a campeã Mundial Magic Paula. Na noite desta quarta-feira, o Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembu, recebeu essas consagradas e multi-campeãs ex-atletas para um bate papo sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no universo esportivo.

“A importância é primeiro mostrar para as pessoas que existe uma história muito importante das mulheres no esporte e que ainda é muito pouco conhecida e muito pouco falada. As próprias três que estão aqui são muito poucas comentadas. São três mulheres incríveis, que conquistaram feitos absurdos e que as pessoas pouco conhecem. Então a primeira importância é essa. É dar voz a elas. E essa história precisa ser contada para inspirar outras meninas a olhar para a Fofão e falar: ‘quero jogar vôlei’. Olhar para a Aline e falar: ‘quero jogar futebol’. Olhar a Paula e falar: ‘quero jogar basquete’”, destacou Renata Mendonça, integrante das “Dibradoras”, organizadoras do evento e site criado em 2015 visando dar visibilidade para o esporte feminino.

Em quase duas horas de bate-papo com um auditório lotado, foram discutidos os mais diversos temas, desde o início de suas carreiras, os desafios que enfrentaram, esporte e maternidade, além de episódios curiosos pelos quais passaram ao longo da carreira, por exemplo, quando a Seleção Brasileira de basquete recebeu uniformes masculinos para usar e precisaram recorrer a costureiras para poderem entrar em quadra às vésperas de uma Olimpíada.




“A importância desse evento é gigante. Trazer isso à tona é muito importante, ainda mais na voz de mulheres que viveram isso na prática e conseguiram chegar lá. A gente contrariou tudo. Então é importante as pessoas saberem que tem como as coisas acontecerem, tem como ter resultado. Participo de vários eventos aqui no Museu do Futebol e hoje plateia cheia... isso traz uma energia muito positiva para nós. É um momento oportuno, propício, que a gente tem que usar para dar o nosso recado. E hoje, missão cumprida”, comemorou em entrevista à Gazeta Esportiva Aline Pellegrino, medalha de prata em Pequim 2008 e vice-campeã mundial em 2007 com a Seleção Brasileira de futebol.

Na visão de Renata Mendonça, o evento reflete ainda o quanto a sociedade está mudando e olhando para a causa das mulheres com mais atenção. “Acho que a gente está tendo um pouco mais de abertura na mídia e na sociedade para falar sobre as mulheres como um todo. E nada melhor do que um evento como esse para a gente começar esse oito de março acreditando que as mudanças estão vindo. E que não tem motivo para a gente ficar mal e se lamentando de todos os preconceitos que a gente sofre”.

Por fim, a capitã Pellê – como foi carinhosamente apelidada – mandou um recado para todas as mulheres: “Parabéns para toda essa mulherada guerreira. Não só as mulheres que estão no esporte, mas todas as mulheres da sociedade. Todas as mães, professoras, empresárias, todo mundo. Todo dia tem que ser dia oito. E a gente tem que se superar, com luta, garra e dedicação”.

*Especial para a Gazeta Esportiva

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