Mantido no São Paulo, Dorival condena cultura de demissão de técnicos - Gazeta Esportiva
Mantido no São Paulo, Dorival condena cultura de demissão de técnicos

Mantido no São Paulo, Dorival condena cultura de demissão de técnicos

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

25/02/2018 às 20:17 • Atualizado: 25/02/2018 às 20:44

São Paulo, SP



Dorival Júnior demorou cerca de meia hora após o empate com a Ferroviária para conceder sua tradicional entrevista coletiva. Nenhum jogador do São Paulo apareceu na zona mista nesse período e o clima de incerteza sobre a permanência do treinador cresceu. No entanto, ao aparecer na sala de imprensa, o técnico fez questão de não só confirmar sua permanência como também aproveitou para disparar críticas sobre a cultura de demissão de treinadores no Brasil.

“Os jogadores estavam jantando, não sei porque ninguém veio falar. É uma sequência no processo de recuperação, temos jogo na quarta. Não teve reunião nenhuma”, explicou, ao comentar a demora.

“Eu sou o treinador do São Paulo. Sou o responsável pelos resultados e pelo momento que está acontecendo. Não estamos satisfeitos com isso e trabalhando muito para reverter esse quadro”, continuou.

Durante o confronto com a Ferroviária, Dorival Júnior foi vaiado e xingado de burro por parte da torcida. A pressão sobre seu trabalho também foi forte depois do revés para o Ituano no meio de semana. São três jogos seguidos sem vitória e Dorival sabe que segue ameaçado no cargo. O treinador, então, ao ser questionado sobre seu limite, aproveitou para disparar contra essa linha de pensamento predominante no futebol brasileiro.




“Não estou chegando em limite nenhum, temos muito para produzirmos e jogarmos. Chegar em limite com jogadores estreando na equipe? Isso não bate muito bem. O limite no Brasil são só três meses. Temos de começar a mudar esse contexto. Você não tem como avaliar um trabalho em menos de um ano”, criticou Dorival.

“Parece que é prazeroso ver uma mudança de treinador no Brasil. É a satisfação de todo mundo para que no fim de semana seguinte possa se buscar uma nova vítima”, continuou.

“Isso que é duro. Depois de 11 jogos e 33 dias da estreia. Para você ver como o calendário penaliza. O futebol tem um palmo de distância entre céu e o inferno. Um resultado começa a modificar um padrão todo. Há uma semana as coisas estavam bem tranquilas. Perdemos um jogo para o Santos e foi o fim do mundo. Ninguém quis avaliar a partida de modo geral”, completou.

“Em cima da cultura do futebol brasileiro eu já teria saído. Uma ou duas derrotas são suficientes para queimar qualquer profissional. Confio na diretoria. As pessoas estão lá todo dia avaliando meu trabalho. Acredito que desde que cheguei as coisas mudaram muito. Hoje temos um time confiável. Nós somos uma das poucas equipes que fizeram jogos a mais por causa da Copa do Brasil. Seriam semanas importantíssimas para eu trabalhar a equipe. Eu não as tive. Mesmo assim, estamos levando, estamos em zona de classificação no Paulista e passamos de duas fases na Copa do Brasil. Ainda não rendemos o que esperamos, concordo. Mas não tem como faze, quarta já teremos que estar em campo”, avaliou Dorival Júnior.

 

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