O Juizado do Torcedor do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Mustafá Contursi, ex-presidente do Palmeiras, por cambismo. A decisão, publicada nesta segunda-feira, informa que também foram condenados uma sócia do clube e um integrante de torcida organizada. Ainda cabe recurso.
A cada partida do Palmeiras, como contrapartida pelo patrocínio, Leila Pereira, proprietária da Crefisa, recebia uma cota de ingressos. Ela fornecia 70 bilhetes para Mustafá e o ex-presidente é acusado de, em vez de distribuir os bilhetes como cortesia, entregar a carga para uma sócia do clube, que repassava as entradas para um cambista.
Mustafá teve a pena privativa de liberdade convertida em duas restritivas de direitos. Ele deve pagar 25 salários mínimos em favor de instituição social, além de 34 dias-multa pelo valor unitário de metade do salário mínimo vigente na data dos fatos. A reportagem tentou contato telefônico com o ex-presidente, sem sucesso.
A decisão publicada nesta segunda-feira informa ainda que Eliane de Souza Guimarães Fontana, a sócia do Palmeiras, foi sentenciada a dois anos e oito meses de prestação de serviços à comunidade e a pagar um salário mínimo em favor de instituição social.
Já Anderson Munari, responsável por comercializar os ingressos, deverá prestar um ano e seis meses de serviços à comunidade e pagar um salário mínimo em favor de instituição social. Cabe recurso da decisão, tomada pelo juiz Ulisses Augusto Pascolati Junior.
Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras de 1993 a 2005, foi o padrinho político do casal formado por Leila Pereira e José Roberto Lamacchia, proprietários da Crefisa/FAM e eleitos para o Conselho Deliberativo. O escândalo de cambismo, no entanto, levou a uma ruptura entre as partes.