O presidente do Palmeiras me concedeu na tarde de hoje 10 minutos de seu precioso tempo e bateu um papo comigo por telefone com os bastidores da longa busca do clube por um novo treinador.
Mauricio Galiotte atravessa dois momentos muito complicados. No campo pessoal, o pai dele não está nada bem de saúde. No profissional, o clube que preside continua sem treinador e sendo bastante cobrado por falta de planejamento. A pressão pra cima de Galiotte só aumenta a cada dia que passa. Já são 14 sem um novo técnico.
O mandatário palestrino foi liso, ensaboado, ao tocar no assunto. Esquivou-se de comentar nomes para o cargo vago desde a demissão de Luxemburgo. Bateu na tecla de que o Palmeiras quer contratar uma filosofia. Alguém que valorize os meninos da base e que faça a equipe jogar pra frente, de uma maneira moderna, intensa e ofensiva.
Contestou as negativas que a imprensa vem apresentando a respeito da procura dele por um comandante, até aqui sem sucesso. Em voz alta e irritada, desafiou qualquer jornalista a provar que algum treinador tenha dito “NÃO” ao Palmeiras.
Na emoção da conversa, me abriu uma exceção e citou Miguel Angel Ramirez apenas para explicar que o espanhol do Del Valle disse “SIM” à proposta palmeirense, com um porém: “Não para agora e sim para o início do ano que vem, como andou noticiando a mídia”. Eu tenho dito que foi um “NÃO” educado, discreto, do jovem e promissor Angel Ramirez.
Disse pra ele na lata: "Maurício, tem muita gente zoando, zombando de vocês, que foram até o Equador pra escutar um ‘não’ disfarcado!”. O dirigente, de bate pronto, respondeu que a viagem aconteceu porque tudo já estava previamente acertado com o Miguel Angel. O cara a cara seria pra bater o martelo e sacramentar o negócio.
Então, joguei um verde para o Galiotte: "O cara lá deu pra trás? Pisou na bola com vocês? Podia ter avisado que não seria pra hoje e sim pra janeiro ou fevereiro de 2021 e pouparia esse desgaste?”. A resposta do presidente, essa, sim, eu garanto, foi “NÃO”. "Não é bem assim, não chega a tanto. Ele colocou uma nova situação que não servia para o Palmeiras", respondeu, sinalizando pressa para bater o martelo com um novo técnico.
Cutuquei também o presidente sobre as negociações teoricamente avançadas com o português Abel Ferreira, de 41 anos, atualmente no PAOK, da Grécia, e Maurício, que já jogou futsal, aplicou um belo drible e me deixou ‘falando sozinho’, mas, educadamente, se despediu e desejou tudo de bom.
Minha última pergunta antes de desligar o celular: "O senhor topa dar uma entrevista para o Gazeta Esportiva amanhã ou sexta?”. E a resposta dele foi um categórico ‘NÃO’. Que seja aquele “nãozinho” com cara de sim....