Tite tem tentado encontrar novas alternativas táticas para o Corinthians com Paolo Guerrero em campo e Emerson no banco de reservas. Os dois atacantes não terão os seus contratos (que vencerão em julho) renovados, e a diretoria ainda admite abrir mão de outros jogadores para amenizar a sua crise financeira. Uma realidade à que o técnico ainda precisará se acostumar.
“Sei que esses ajustes acontecem no futebol brasileiro a cada seis meses. É inevitável, até pelo poder aquisitivo dos clubes, pela necessidade. Funciona assim, não só com o Corinthians. Pode ser algo maior ou menor, dependendo das circunstâncias”, comentou Tite, tentando se conformar.
Constrangido com o assunto, o técnico prefere abordar a reorganização tática do Corinthians em suas entrevistas coletivas. Apesar de não saber até quando Guerrero e Emerson estarão à disposição – nem se jogadores como o meio-campista Elias, cobiçado pelo Flamengo, serão negociados.
Em 2015, o Corinthians até cresceu bastante com Tite – recebeu exagerados elogios pelo futebol apresentado no início da temporada. Mas também sofreu uma queda drástica de desempenho, que teve como consequências a doída eliminação nos pênaltis para o Palmeiras, no Campeonato Paulista, e a inesperada queda diante do paraguaio Guaraní, na Copa Libertadores da América.
No período de ascensão, Guerrero e Emerson eram peças fundamentais do Corinthians de Tite, que não se encantou com os investimentos realizados para o ano. O zagueiro Edu Dracena (hoje titular), o volante Cristian (que convive com o ostracismo) e o atacante Vagner Love (afastado para aprimorar a forma física) acabaram esquecidos na reserva, apesar das despesas que geram ao clube.
“Às vezes, as pessoas acham que o técnico tem superpoderes. É bom a gente entender que existe uma hierarquia. Se não for assim, vai parecer que o treinador define situações fora de sua alçada. Acima de mim, temos um executivo de futebol, diretores, o presidente. Não posso falar de assuntos administrativos. É difícil para mim”, disse Tite, ainda sobre o planejamento do departamento de futebol do Corinthians para a sequência de 2015.
“Não posso responder sobre como faremos no domingo. Nós nos reuniremos nesta semana para talvez esclarecer. Quando houver um parecer, passamos”, suspirou Tite, ainda incomodado com o assunto. “Quero falar sobe futebol.”
