Romero se defende em polêmica com o Santos e reclama de xenofobia - Gazeta Esportiva
Romero se defende em polêmica com o Santos e reclama de xenofobia

Romero se defende em polêmica com o Santos e reclama de xenofobia

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior

06/03/2018 às 18:04 • Atualizado: 06/03/2018 às 20:08

São Paulo, SP

Atacante paraguaio desabafou em espanhol para não ser mal interpretado (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


Romero aproveitou a polêmica em que se envolveu com o Santos para desabafar. Na tarde desta terça-feira, o atacante que passou um ano sem conceder entrevistas à imprensa brasileira apareceu na sala de imprensa do CT Joaquim Grava para fazer um longo pronunciamento, em espanhol – o paraguaio já fala bem o português, mas não queria correr o risco de ser mal interpretado.

Romero, que nem sequer enfrentará o Mirassol na quarta-feira porque acusou cansaço, viu a sua imagem também se desgastar ao final do clássico contra o Santos, no domingo, no Pacaembu. Após irritar os jogadores rivais dentro de campo, ele chamou o adversário de “time pequeno” ao ver a comemoração pelo empate por 1 a 1 com o Corinthians e foi bastante criticado publicamente no início da semana.

“Em nenhum momento, falei da grandeza do Santos. Nunca disse que o Santos não tem história e troféus, como escutei de alguns jornalistas. Jamais trataria uma equipe assim. Disse aquilo (“time pequeno”) somente pelo que aconteceu dentro da partida. Em um jogo desse tamanho, você comemorar um empate, para mim, não... Se empatamos com o Santos na Arena Corinthians no último minuto, não vamos festejar da mesma forma que eles festejaram”, comparou Romero. “Não disse que o Santos não tinha Pelé, Robinho e história. Seria burro se não conhecesse o que é o Santos, o que foi o Pelé”, continuou.



O problema com o Santos serviu para Romero desabafar contra algo que o incomoda há tempos. O atacante, mais reconhecido pelo seu grande empenho dentro de campo do que pelas virtudes técnicas, enfrenta uma série de contestações e gozações desde a chegada ao Corinthians, na metade de 2014. Em boa parte das críticas, o seu país de origem, o Paraguai, é citado pejorativamente.

“Quando me criticam pelo que faço dentro de campo, perfeito, eu aceito. Sei escutar as críticas. Mas não vou permitir que falem da minha nacionalidade, do meu país, de onde eu e a minha família nascemos. Isso é outra coisa, extracampo, fora da minha profissão. Que me critiquem pelo que jogo, e não pela minha nacionalidade”, chiou, voltando à polêmica atual. “Supostamente, ofendi um clube, o Santos. Vocês estão insultando um país, uma nação, o que é totalmente diferente.”

Romero mencionou até uma declaração de um ex-jogador, hoje comentarista, que o irritou. Em uma mesa redonda televisiva, o analista em questão atacou da seguinte forma o atacante Andrés Ríos, do Vasco: “Esse argentino está parecendo um paraguaio”.




“Isso não acontece só com o Romero, o Balbuena (zagueiro paraguaio) e o Kazim (centroavante inglês naturalizado turco, outro alvo recorrente de críticas), mas com outros estrangeiros que vêm atuar no Brasil. Vocês precisam ter mais respeito. Disseram que a minha seleção tem menos troféus do que o Santos. Façam críticas a mim, e não ao meu país”, voltou a exigir o atacante corintiano.

Revoltado, Romero ainda chegou a se dizer surpreso ao descobrir que “muitos jornalistas são santistas”. E encerrou o seu desabafo contra a xenofobia enfrentada no Brasil, onde voltou a dar entrevistas depois da sua greve de silêncio, ao se apegar ao clube que o acolheu – entre os torcedores no estádio construído em Itaquera, já é comum ver bandeiras do Paraguai.

“É por tudo isso que eu me identifico com esse escudo cada dia mais”, bradou Romero, segurando o distintivo do Corinthians no seu uniforme de treinos. “O Corinthians sempre lutou contra tudo e contra todos. Eu faço a mesma coisa.”

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