Fagner não acredita em atraso por falta de técnico e deixa decisão com diretoria do Corinthians - Gazeta Esportiva
Fagner não acredita em atraso por falta de técnico e deixa decisão com diretoria do Corinthians

Fagner não acredita em atraso por falta de técnico e deixa decisão com diretoria do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Redação

09/02/2022 às 15:02

São Paulo, SP

O lateral-direito Fagner foi o escolhido para falar nesta quarta-feira em coletiva de imprensa antes do jogo entre Corinthians e Mirassol, que acontece nesta quinta, na Neo Química Arena. O tema principal debatido, como era de se esperar, foi a negociação com um novo técnico. No entanto, o jogador preferiu deixar isso na mão da diretoria.

“Ainda bem que não estou na pele da diretoria. Porque é uma decisão difícil, não tem como a gente falar que prefere o estilo A, B ou C. Acho que, independente do perfil que a diretoria escolher, todos os atletas vão receber de braços abertos para tentar as vitórias e chegar o mais longe possível em todas as competições, que é o nosso principal objetivo. Vamos deixar isso para a diretoria e ajudar dentro de campo, que acho que é o melhor”, falou o lateral.

Ainda segundo o jogador, ele não acredita que essa “demora” para anunciar um novo treinador atrase o desenvolvimento da equipe na temporada. Sylvinho foi demitido na última quinta-feira, após derrota para o Santos.




“Atrasar não é o termo. A gente diz que, independente do nome do treinador, os jogadores que aqui estão procurarão ajudar da melhor forma possível. A gente sabe da importância dos jogos em si que vão acontecendo, os jogadores vão entrosando, readquirindo sua forma física. Então eu não diria que não é um atraso, mas, sim, independente de quem vier e a gente puder já estar preparado fisicamente e tecnicamente para entregar tudo que for precisar, também serve e vai ser importante para esse momento”, completou.

Outro ponto mencionado foi a busca, ao que tudo indica, por um técnico estrangeiro, principalmente português. Fagner falou que os profissionais de fora têm mais tempo e paciência para trabalhar, enquanto os do país já não têm tanto respaldo.

“Óbvio que se você contrata um técnico estrangeiro, você tem que dar mais tempo para ele conhecer o país, a cultura, o futebol, assim como é com o atleta quando ele chega em determinado país. A gente sabe que, muitas vezes, com treinador brasileiro a gente não tem esse tempo e essa paciência de trabalhar, até mesmo o treinador está fazendo um bom trabalho e tem bons resultados, mas é criticado. Por exemplo, o Tite. Ele tem excelentes números pela Seleção Brasileira e, vira e mexe, as pessoas falam que ele tem que sair para entrar outro treinador. Acho que a gente tem que também valorizar o que a gente tem dentro do nosso país, porque muitas vezes a gente valoriza o que está fora e não o que está dentro”.

O Corinthians recebe o Mirassol nesta quinta, a partir das 21h30, pela quinta rodada do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena.

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva:


Demissão de Sylvinho

"Acho que o presidente já falou tudo. Óbvio que existia uma pressão em cima dele, mas vale ressaltar o que ele fez de bom. Quando ele assumiu, diziam que o Corinthians brigaria para não cair no campeonato e a gente, com muito trabalho, esforço e dedicação dele, estudando e tentando ver as melhores opções para os jogos, junto com as chegadas de atletas, conseguimos terminar numa posição direta para a Libertadores. Acho que a decisão tomada pela diretoria foi, de certa forma, para preservar o próprio Sylvinho, porque a gente sabe que existe uma pressão muito grande. Tenho certeza que ele deixou coisas muito boas aqui dentro do clube e tenho certeza que, futuramente, ele se tornará um grande treinador, porque ele demonstrou isso nesse período que ele esteve com a gente aqui".

"O futebol é muito dinâmico, não tem como falar que a gente deixou de fazer alguma coisa ou até que ponto poderia ter feito. A gente fez tudo que poderia ter sido feito, dentro de campo e fora de campo. Para preservar até mesmo o Sylvinho e tudo que vinha acontecendo de pressão externa, agora a gente tem que seguir, agradecer a ele por tudo que fez, agora é olhar para frente, vencer o próximo jogo e depois o próximo. O futebol é assim".

Fernando Lázaro

"Como eu falei, futebol é muito dinâmico. Nós estamos pensando no próximo jogo, se Deus quiser a gente consegue um bom resultado, isso dá mais tranquilidade para a diretoria trabalhar, para o Fernando (Lázaro) seguir. E a gente não sabe quanto de tempo a gente vai ter, esperamos ajudá-lo da melhor forma, é um cara que se dá bem com todo mundo e a gente espera conseguir ajudá-lo. Não sei se é o objetivo dele agora virar treinador, mas a gente espera ajudar da melhor forma para que ele consiga bons resultados para, futuramente, se ele quiser ser treinador, ter tido um bom início.

Técnicos estrangeiros x brasileiros

"É difícil falar, até porque vai fazer nove anos que passei pela Alemanha, mas algumas coisas são diferentes e, ao mesmo tempo, a gente tem que olhar o futebol de outra maneira. Óbvio que se você contrata um técnico estrangeiro, você tem que dar mais tempo para ele conhecer o país, a cultura, o futebol, assim como é com o atleta quando ele chega em determinado país. A gente sabe que, muitas vezes, com treinador brasileiro a gente não tem esse tempo e essa paciência de trabalhar, até mesmo o treinador está fazendo um bom trabalho e tem bons resultados, mas é criticado. Por exemplo, o Tite. Ele tem excelentes números pela Seleção Brasileira e, vira e mexe, as pessoas falam que ele tem que sair para entrar outro treinador. Acho que a gente tem que também valorizar o que a gente tem dentro do nosso país, porque muitas vezes a gente valoriza o que está fora e não o que está dentro. Óbvio que, se o treinador vier, ele vai agregar de muitas maneiras, estrangeiro ou não, mas tem que ver o dia a dia, não adianta falar que vai agregar mais que A, B ou C, se não tiver a noção real do dia a dia."

Treinadores brasileiros

"Não diria que pararam no tempo, mas o treinador brasileiro trabalha com a cabeça que, se ele não vencer dois jogos, ele pode sair. Então, muitas vezes ele não tem esse tempo para trabalhar aquilo que ele realmente gostaria. Ele quer um time para frente, mas perde três jogos por 3 a 0, ele é mandado embora. A cultura do futebol brasileiro é assim. Muitas vezes ele prefere jogar para ganhar de 1 a 0 e ir ajustando aos poucos do que tomando porrada. A gente sabe que, infelizmente, é assim, vive de vitórias. Então, quando vem um treinador de fora, você tem mais tempo, tem mais paciência, espera para ver o que vai acontecer daqui três, quatro, cinco meses. Essa paciência deveríamos dar para o treinador brasileiro também".

Fagner subindo mais ao ataque em 2022

"Acho que são duas fases do trabalho. Logo que o Sylvinho chega, estávamos numa situação ruim, muito questionados, e a primeira ideia dele era ajustar o sistema defensivo. Era óbvio, se você toma menos gols, você tem mais chances de vencer os jogos. No final do ano para esse, com o time já com uma estrutura montada, uma ideia de jogo, isso te facilita e possibilidade ter alguns ajustes que fazem com que você chegue mais à frente. É muita da situação e leitura de jogo. Se eu avanço demais na hora errada, possibilito o contra-ataque, que é o que o adversário quer. Dentro do jogo a gente tem que fazer alguns ajustes, ter essa leitura".

Primeiro tempo contra o Ituano

"Acho que a gente demorou um pouco para entender o jogo, porque a gente não esperava que o Ituano pudesse vir com uma linha de cinco. Essa demora de percepção fez com que a gente ficasse meio desnorteado naqueles primeiros 20-25 minutos, tanto que logo depois do gol de empate a gente tem uma melhora e toma o segundo gol. E aí a gente vem para o segundo tempo e consegue dominar as ações. Não foi um comportamento, falta de treinador ou não".

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