Com um boné com a inscrição “Tudo Tranquilo” (marca criada por dois jogadores formados pelo Corinthians, o zagueiro André Vinicius e o volante Jonatan Lima), o volante Ralf estava realmente sereno ao retornar a São Paulo nesta quinta-feira. Um dia antes, o jogador havia sofrido uma luxação no ombro esquerdo, que o deixará inativo por cerca de três meses.
Ralf apareceu no saguão do Aeroporto de Congonhas com uma tipoia e recebeu incentivo de alguns torcedores que assediavam os atletas recém-chegados de Salvador, onde o Corinthians empatou por 0 a 0 com o Vitória, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O veterano abriu sorrisos ao posar para fotos e deixou o local em um automóvel, não acompanhando o restante da delegação no ônibus corintiano.
Mais tarde, Ralf foi submetido a exames que constataram a necessidade de uma intervenção cirúrgica no seu ombro esquerdo. Ivan Grava, médico do Corinthians, admitia essa possibilidade ainda no Barradão, pouco após o jogo contra o Vitória.
“O Ralf é um belo jogador, mas o nosso time está concentrado e bem treinado. Assim, quem entra joga bem. Não será diferente com o Gabriel”, comentou o lateral esquerdo Sidcley, citando o principal concorrente de posição de Ralf. Gabriel já foi a campo contra o Vitória após o colega sofrer a queda em que se contundiu, no final do primeiro tempo.
Sidcley concedeu entrevista com os olhos pesados, acusando o cansaço da sequência de jogos do Corinthians. O time vem de três compromissos fora de casa, válidos por três competições distintas (Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores da América), e fará outra partida como visitante já no domingo. O adversário será o Atlético-MG, no Independência, pela terceira rodada do Brasileirão.
“Estamos treinando pouco porque são muitos jogos. O calendário brasileiro é desse jeito. Mesmo assim, precisamos fazer boas partidas e conseguir os resultados”, disse Sidcley, que não quer aderir ao rodízio adotado pelo técnico Fábio Carille. “Estou um pouco cansado e vou ficar ainda mais amanhã. O cansaço é maior 48 horas depois do jogo. Só que, com o trabalho da fisioterapia, tudo se resolve para domingo”, confiou.
Um grupo de torcedores que estava no aeroporto não se importou com as feições de cansaço dos jogadores, muitos deles de óculos escuros. “Vai, Corinthians!”, berrou um deles. Poucos metros atrás, uma garota ficou emocionada com a presença do atacante Emerson Sheik. Ela confeccionou um cartaz especialmente para recepcionar o ídolo, para quem levou até um presente. Em retribuição, ganhou um abraço apertado e ouviu algumas palavras de carinho.
