Análise - Após jogo ruim e clara dependência a Renato, a pergunta é: qual Corinthians veremos jogar agora? - Gazeta Esportiva
Análise - Após jogo ruim e clara dependência a Renato, a pergunta é: qual Corinthians veremos jogar agora?

Análise - Após jogo ruim e clara dependência a Renato, a pergunta é: qual Corinthians veremos jogar agora?

Gazeta Esportiva

Por Redação

13/03/2023 às 08:00

São Paulo, SP

Por Marina Bufon

O que aconteceu com o Corinthians no início da noite do último domingo?

O time foi surpreendido pelo Ituano, pior entre os oito classificados para as quartas de final do Campeonato Paulista, e, após o 1 a 1 no tempo normal, caiu nos pênaltis, em plena Neo Química Arena. O time do interior ficou a um ponto de ser rebaixado para a A2, mas está na semifinal.

Fiz uma pergunta em uma rede social depois da eliminação: se pudesse escolher apenas um ponto, o que foi que deu errado? Foram diversas respostas, que variaram entre:

- A escolha da diretoria por Fernando Lázaro e muitas críticas à própria diretoria;
- A escalação mandada a campo (Paulinho com a função de Renato Augusto) e substituições erradas ou em momentos errados;
- Meio-campo sem criatividade e dependência em Renato, ausente por lesão;
- A falha de Cássio no gol adversário e a escolha por Fagner para bater um dos pênaltis.

Não acho que pelo jogo apresentado as críticas tenham que ser, em sua maioria, para Lázaro. Ele fez, ao meu ver, o que eu também faria na escalação, com a escolha de Paulinho para o lugar de Renato.

No entanto, o que deu errado neste ponto específico é a função: o camisa 15 tentou fazer a função de Renato… E a função de Renato somente o Renato faz - espetado do lado esquerdo, tanto que Paulinho fez o gol quando se movimentou e se infiltrou pelo meio.

Alguém que se aproxima um pouco mais do estilo de jogo que se esperaria é Matheus Araújo, que poderia ter entrado no segundo tempo, ainda mais porque Adson, acabado em campo, foi substituído.

Muito antes disso, porém, o time estava totalmente sem criatividade no setor, que também foi uma das críticas mais citadas, indicando, sim, uma dependência ao craque que esteve ausente.

Parece não haver um jogador com a qualidade (ou a ousadia?) de tentar um passe diferente, que surpreenda o adversário. Pedrinho, quando entrou, em uma função diferente, demonstrou uma vontade a mais de tentar fazer o diferente e quase conseguiu, em lance bonito que quase culminou com gol.




Sobre as substituições, não gostei da entrada do Maycon e achei justa a entrada de Fausto, ainda que demorada. Ele foi bem, mas teve pouco tempo para se ambientar e fazer mais.

Falando defensivamente, houve muitos espaços pelo lado esquerdo da defesa, de onde surgiu o chute de Raí Ramos. Um belo chute, mas que teria sido defendido por Cássio “tranquilamente”. Mas, sim, os gigantes também falham, e esse gol foi na conta dele, para além da qualidade do lateral que chutou e do espaço que foi dado para isso.

Cássio, porém, teve a chance de se redimir e fez isso, com a defesa de um pênalti em momento crucial das cobranças. No entanto, além do primeiro erro de Fábio Santos, Fagner e Gil pararam no goleiro e na trave, respectivamente.

A cena da final da Copa do Brasil se repetiu e mesmo o lateral tendo feito um jogo bom, ficará marcado por isso. Não tem como. É necessário que ele se afaste dessas cobranças por um tempo, mesmo que para a confiança do próprio atleta isso seja importante - Róger Guedes disse que o grupo blindou o atacante Pedrinho da cobrança e por isso Fagner bateu antes.

Por fim, há erros e acertos da diretoria. Para mim, o acerto foi, sim, efetivar Lázaro (gosto do trabalho dele e não é uma eliminação e um jogo jogado desta forma que, por ora, me farão pensar o contrário).

Mas os erros foram as poucas contratações até agora, sem previsão de mais, a não ser Chrystian Barletta (um bom nome, por sinal), e as poucas chegadas. Ángel Romero e Matheus Bidu não se provaram até agora e, honestamente, acho que não irão tão cedo.

Foram muito erros no decorrer do jogo contra o Ituano e alguns neste início de temporada e trabalho. Mas não podemos esquecer dos acertos. Para listar alguns: a potencialização de alguns nomes, Róger Guedes com oito gols, recuperação de Giuliano, Roni em crescimento e troca mais rápida e inteligente de passes.

Me apego, então, à essa troca e à vontade, que muitos reclamaram também quando disseram da falta de agressividade. Por que não aconteceram? Guedes e Lázaro falaram sobre isso. Não estamos dentro do vestiário para saber se tem alguma relação também com o estado de espírito do time, por isso nos cabe analisar e opinar e criticar sobre o que foi visto.

E o que foi visto não foi legal. Não foi o Corinthians que vimos contra o Santo André, na última semana, ou contra o Palmeiras, jogos antes. Mas foi um Corinthians que pende mais a ser àquele que jogou contra o Red Bull Bragantino e até São Bernardo, em alguns momentos.

E, então, a grande dúvida que fica, sempre, é: qual dos Corinthians vai jogar o próximo jogo? E essa questão assombra qualquer planejamento.

Conteúdo Patrocinado