Tite se arrepende de ter feito comerciais antes da Copa: “Enche o saco” - Gazeta Esportiva
Tite se arrepende de ter feito comerciais antes da Copa: “Enche o saco”

Tite se arrepende de ter feito comerciais antes da Copa: “Enche o saco”

Gazeta Esportiva

Por Redação

18/12/2018 às 07:00 • Atualizado: 18/12/2018 às 11:24

São Paulo, SP

O foco da Seleção Brasileira está voltado para a Copa América de 2019, que será disputada justamente no Brasil. Mas, o ano de Copa do Mundo sequer se encerrou, e o Mundial da Rússia ainda é tema para o técnico Tite.

Em entrevista exclusiva ao Show de Bola, da Gazeta Esportiva, o treinador fez uma reflexão das situações que envolveram a campanha brasileira e o seu próprio trabalho, e revelou arrependimento por ter sido garoto-propaganda de marcas que expuseram sua imagem repetidamente na TV, tanto antes quanto durante a competição.

“Eu faria diferente: exposição pública. Não faria os comerciais que eu fiz. Sabe por quê? Porque foram sempre em dezembro. E vocês sabem, vocês são da mídia. Eles ficam sempre em tempo integral, passando toda hora. Isso enche o saco”, afirmou o gaúcho, ciente de que os compromissos profissionais alheios ao futebol influenciaram a opinião pública em determinado momento.

Tite tomou o cuidado em não deixar que as gravações interferissem em sua agenda com a Seleção Brasileira, evitou marcas concorrentes aos patrocinadores da CBF e vetou qualquer negociação com bebidas alcoólicas. Mesmo assim, firmou vínculo com quatro empresas e teve seu rosto exposto na tela por mais tempo que Neymar no período.

“(A profissão) não exige. É minha opção. Eu pegaria e faria um ou dois comerciais, no máximo. Foi muito menos do que eu tinha (de proposta), mas eu faria menos”, completou.



ERRO ASSUMIDO

Em uma espécie de autoanálise, Tite também refutou qualquer orgulho pessoal para reconhecer atitudes que considera como erros à beira do campo. A principal delas remete às escalações iniciais da equipe no decorrer do Mundial.

“Copa do Mundo e principalmente nos mata-matas, em situações que são muito específicas, pontuais e rápidas, as substituições para início de jogo têm de ser mais rápidas do que eu fiz. Durante o jogo foi normal, mas para início de jogo ela tem de ser mais rápida”, admitiu.




MOTIVO PELO "FICO"

Costumeiramente, a Seleção Brasileira tem uma mudança no comando de sua equipe ao fim de Copas do Mundo. Tite, porém, remou contra a maré e resolveu ficar para construir um trabalho completo, até o próximo Mundial, agendado para 2022, no Catar. Durante a entrevista ao Show de Bola, o técnico garantiu que teria passado a bola, caso tivesse assumido o cargo logo após a Copa de 2014.

“Persistência ou resiliência, qualquer que seja o nome, é bonito de falar, mas é muito difícil de ter. É muito difícil de se executar. Falar que a gente se renova, que a gente amadurece é bonito para quem ouve. Os ouvidos gostam. Mas, se você não tiver uma verdadeira humildade, se você não tiver uma verdadeira mobilização para que isso aconteça, fica como um discurso vago”, iniciou.



“Eu não estou pronto, vou continuar errando, porque sou ser humano. Mas eu tenho a busca sempre pelo aperfeiçoamento. Aperfeiçoamento de um técnico que já passou por uma Copa do Mundo, que apressou todos os processos que ele podia apressar para chegar na Copa, depois para classificar, para chegar em uma fase posterior na Copa, que era a minha ambição, infelizmente não foi, mas chegar em uma semifinal, que a partir daí se consolida equipe”, continuou, para ser incisivo na sequência.

“A partir daí é aprender e passar agora as etapas que eu não tive anteriormente, aqueles quatro anos. Não é justificativa, mas... Se eu tivesse feito os quatro anos, eu vou falar para ti, eu teria dito ‘olha, passou minha etapa’. Tem outros grandes profissionais para fazer. Não gosto de reeleição”, afirmou, sem titubear. “Tchau. Palavra de honra, não ficaria, não”, concluiu.

A CONSEQUÊNCIA POR PULAR ETAPAS

O fato de ter estreado em Copa do Mundo não é interpretado por Tite como um fator relevante para o seu insucesso junto à Seleção Brasileira. Ao ser questionado sobre o tema, o treinador reiterou a opinião de que o pouco tempo de convivência na função foi o que pesou nos momentos mais importantes.



“O fato de ter experiência na Copa do Mundo é muito relativo. Eu não tinha experiência em Mundial e nós fomos campeões mundiais de clubes. Eu não tinha experiência maior na Copa do Brasil e no primeiro ano de Grêmio eu fui campeão com o Grêmio. É muito relativo, circunstancial”, explicou.

“Eu vejo mais como um trabalho de uma etapa toda dentro da Seleção Brasileira que pudesse me dar condições melhores. Para conhecer o quê? De repente alguns atletas que não estivesses em suas melhores condições no momento, eu saber como ele reagiria em uma sequência de trabalho. Não vou colocar nomes, mas, atletas que no Mundial estavam oscilando sua performance e que durante as Eliminatórias estavam jogando muito”, exemplificou.

A visita de Tite à TV Gazeta nessa terça também rendeu uma entrevista especial ao Mesa Redonda, que irá ao ar no dia 6 de janeiro.

 

 

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