Tite presta homenagem a Carlos Amadeu e analisa duelo contra o Uruguai - Gazeta Esportiva
Tite presta homenagem a Carlos Amadeu e analisa duelo contra o Uruguai

Tite presta homenagem a Carlos Amadeu e analisa duelo contra o Uruguai

Gazeta Esportiva

Por Redação

16/11/2020 às 15:41

São Paulo, SP

Em entrevista coletiva antes do duelo entre Brasil e Uruguai, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, o técnico Tite fez questão de homenagear o falecido Carlos Amadeu. O ex-treinador da Seleção Brasileira sub-17 e sub-20 sofreu um ataque cardíaco em sua residência, na Arábia Saudita, e morreu neste domingo, aos 55 anos.

"É muito difícil falar de quem a gente admira, quem a gente admirou. Quem conviveu. Nós trabalhamos três anos com o Amadeu. Em três anos a admiração, a escala de valores num mundo extremamente competitivo que a gente vive. E no futebol vencer é praticamente sobreviver, a escala de valores moral, educacional, ética, no convívio conosco, com Gabriel Menino, Militão, Vinicius, com quem ele teve oportunidade de princípios todos. E tem a esposa Dora, o filho Ricardo, o filho Matheus, que me acolheram tão bem, nós tiramos fotos juntos na Bahia, toda nossa solidariedade, carinho, fortalecimento. Legado é muito grande. Dessa escala de valores muito rica, que para vencer precisa ser melhor, não precisa vencer a qualquer custo. Fica meu sentimento, que é externado por todos nós", declarou o comandante da equipe verde-amarela.



Ao falar sobre a partida contra a Celeste, Tite relembrou as três vitórias brasileiras nas Eliminatórias (Bolívia, Peru e Venezuela), que colocaram o time na liderança, e reconheceu que a Amarelinha será mais exigida agora do que nos confrontos anteriores.

"Nós fizemos as três vitórias. As duas primeiras criando e fazendo bastante gol, jogando bonito e tendo resultado. Na terceira não deu para jogar bonito, mas teve a consistência e teve a vitória. Talvez elas não briguem para classificar, mas daqui a pouco elas vão atrapalhar a classificação de alguém. Vamos enfrentar o Uruguai, uma equipe que vem sólida. Tradicionalmente um clássico, uma gama de envolvimentos com peso de camiseta, com atletas de alto nível e esse nosso processo de afirmação da equipe", disse.

"São desafios. Nós tivemos, sim, a oportunidade de uma recuperação, nós temos a oportunidade de um jogo de treinamentos específicos, ações. O jogo tem características diferentes. Jogar contra a Venezuela em casa, tem uma proposta do adversário. O Uruguai jogando dentro da sua casa é uma outra proposta. Nós vamos ser mais exigidos defensivamente do que fomos contra a Venezuela. Paralelamente a isso nós vamos ter mais espaços para criações ofensivas. É um jogo que se caracteriza com estratégias, formas e ideias de futebol diferente de um jogo para o jogo. Essa é a preparação que a gente procurou fazer", acrescentou.




O auxiliar Cléber Xavier, que também participou da entrevista coletiva, exaltou a qualidade dos uruguaios e colocou a equipe comandada por Óscar Tábarez na lista de adversários mais complicados da competição. Ele ainda apontou a mistura de nomes experientes com atletas mais novos como um dos trunfos da Celeste.

"Uruguai não vinha de um jogo bom contra o Equador e fez contra a Colômbia um início surpreendente, com marcação muito alta, muito forte. Cavani sendo o gatilho dessa pressão alta. Fez o gol cedo, deu tranquilidade. No segundo tempo, uma marcação com três homens por dentro, entrou de novo no jogo, fez o segundo gol. Então, a característica do Uruguai mantida sempre. É um adversário difícil, um time mescla muito a experiência de Godín, Cavani, Suárez com os meninos. É uma equipe bem equilibrada, sempre perigosa. É um dos adversários mais difíceis que a gente tem", explicou.

A Seleção Brasileira encara o Uruguai nesta terça-feira, às 20h (de Brasília), no Estádio Centenário de Montevidéu. Para o confronto, Tite tem uma dúvida para o meio de campo, já que o volante Allan apresentou um problema clínico e pode ficar de fora.

Veja outros trechos da coletiva do técnico Tite e do auxiliar Cléber Xavier:


Jogos sem torcida


Tite: "O componente torcedor é essencial no futebol. A participação fora ou dentro de casa, pela atmosfera que se gera, pelo clima que se busca. Não vou falar do momento agora impossível de acontecer em função da prioridade serem as vidas humanas e a saúde. O torcedor atuar a favor da sua seleção em casa, agora também pode se voltar contra na medida que não tem uma seleção suficientemente madura e que essa expectativa possa gerar pressão. Tem sempre os dois lados".

"(Jogar sem torcida) Facilita, sim, a comunicação. Você consegue com alguns gestos ou com alguma palavras-chave desencadear um processo que já vem do treinamento assimilado. Quando falo do 'gatilho', do 'perde e pressiona', o atleta já sabe. A gente dá orientações. Tomada de decisão é do atleta. Ela é fundamental da velocidade de raciocínio e execução dele. Então não tem a intervenção na tomada de decisão. A menos, sim, e esse é o cuidado, que esteja estreando, que esteja excessivamente nervoso. A gente tem que ter a sensibilidade para encontrar a forma e que tipo de orientação dar".

Óscar Tabárez


Tite: "As culturas são diferentes. Vamos só nos ater a esses aspectos. Atingir essa dimensão do mestre Tabárez é muito grande. Eu confesso que não vejo culturalmente a possibilidade. E nem vejo para mim essa longevidade toda".

Cléber Xavier: "Ao falar do Óscar, a gente fala de um profissional que a gente tem que reverenciar e respeitar. É muito difícil um profissional com toda essa longevidade, com todo esse respeito que ele emana. E ele emana, principalmente, por um aspecto: os grandes profissionais não vencem a qualquer custo. Eles vencem em cima de escala de valores morais e educacionais muito fortes. Para quem não conhece o futebol de forma profunda, pode estar parecendo uma demagogia querer falar de futebol de uma forma que não é competitiva. Não, não. O Tabárez tem uma base moral, uma respeitabilidade muito grande. É muito fácil medir isso. É ver o respeito com que vocês falam dele, é ver, principalmente, os atletas que trabalharam com ele falar".

Cavani e Suárez


Cléber Xavier: "Vejo Cavani jogando de duas formas. No último jogo agora contra a Colômbia, jogando por dentro, em dupla com o Suárez. É inegável a qualidade deles. Cavani fazendo uma função de vir buscar, de aproximar mais e, também, jogando pelo lado. A gente está preparado para as duas formas. Estamos atentos pela grandeza desses dois jogadores e do clássico".

Douglas Luiz


Cléber Xavier: "Na parte tática, o Douglas é um jogador que a gente precisava que no jogo saísse um pouco mais, diferente do que foi o jogo contra a Bolívia. A gente corrige trabalhando como sempre faz. Todo atleta que vai bem ou vai mal, a gente faz as correções. E conseguimos fazer isso durante os dois treinos para o jogo de amanhã".

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