Saltadora brasileira comemora por ir de voluntária a competidora no Rio - Gazeta Esportiva
Saltadora brasileira comemora por ir de voluntária a competidora no Rio

Saltadora brasileira comemora por ir de voluntária a competidora no Rio

Gazeta Esportiva

Por André Sender

19/07/2016 às 09:03 • Atualizado: 19/07/2016 às 10:27

São Paulo, SP

Joana saltou 4,50m na sua última chance de ir às Olimpíadas (foto: Wagner Carmo/CBAt)
Joana saltou 4,50m na sua última chance de ir às Olimpíadas (foto: Wagner Carmo/CBAt)


A saltadora brasileira Joana Costa não tinha mais esperanças de defender o Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Havia comprado ingressos para assistir às provas de atletismo e até se candidatado para trabalhar como voluntária no evento. Mas, no último Troféu Brasil, aproveitou a oportunidade derradeira de classificação e transformou o seu sonho em realidade ao pular 4,50m, marca mínima para ingressar nos Jogos como competidora.

“Queria muito participar das Olimpíadas no Brasil. Por mais que fosse tentar a vaga até o fim, já tinha comprado o ingresso para o atletismo e me inscrito como voluntária. Recebi a carta-convite dias atrás e falei que, até gostaria de ser voluntária, mas agora não dá mais. Estou indo do jeito que queria, como atleta”, comemorou Joana.

A atleta de 35 anos já sabe o que fará com as entradas que adquiriu para o Jogos – serão doadas aos seus familiares, que terão por quem torcer no Rio de Janeiro. “A minha mãe é carioca, apesar de ter vindo morar em São Paulo. Ainda tenho dois irmãos e duas irmãs. Isso sem falar nos filhos deles, nos agregados, nos muito primos. Todo o mundo está animado para me assistir”, contou.

Joana só havia comprado ingressos para as etapas classificatórias do atletismo. Classificada, ela já se empolgou a ponto de achar que essas entradas serão insuficientes para a sua mãe acompanhar toda a trajetória da filha como uma atleta olímpica do Brasil.

“Tenho esperança de que os meus familiares precisem comprar os ingressos da final também. Vou fazer a mesma coisa do Troféu Brasil: chegar focada e apresentar o meu melhor salto. Se for assim, tenho chances de passar. E, estando na final, tudo pode acontecer”, avisou, já vislumbrando a conquista de uma medalha.

Antes de vencer o sarrafo, atleta comprou ingressos para os Jogos e inscreveu-se como voluntária (foto: Wagner Carmo/CBAt)
Antes de vencer o sarrafo, atleta comprou ingressos para os Jogos e inscreveu-se como voluntária (foto: Wagner Carmo/CBAt)


A competição, contudo, promete ser difícil. Uma das maiores adversárias de Joana Costa será a compatriota Fabiana Murer, campeã do mundo em 2011 e com bons resultados recentes. “A gente começou praticamente juntas, viajando com a Seleção Brasileira. Acho que ela ficou contente com a minha conquista. Torcemos uma pela outra. O fato de ela estar competindo é um incentivo para todo o mundo da modalidade”, enalteceu a quase voluntária dos Jogos do Rio.

Há também a possibilidade de a missão de Joana e Fabiana ser facilitada. Com a sanção imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) à Rússia, em função de casos sistemáticos de doping no atletismo do país, a estrela Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica, corre o risco de não competir no Rio de Janeiro.

“Queria muito que a Isinbayeva estivesse aqui”, lamentou Joana. “É uma grande atleta. Com ela, a prova ficaria mais bonita e emocionante. É uma competidora que deu um tempo para ter filho e agora quer estar nas suas última Olimpíadas. Tomara que dê certo”, acrescentou.

Com ou sem a presença de Isinbayeva, no entanto, Joana Costa já está feliz. “Consegui a minha vaga em uma competição muito importante. Era a última chance, sob pressão. Foi sensacional”, festejou novamente a saltadora veterana, reforçando a sua confiança. “Vai ser a minha primeira Olimpíada, mas já participei de Mundiais, então tenho noção do que é um torneio tão grande. Também tive a experiência de estar no Pan do Rio, com o estádio lotado e as pessoas se envolvendo. Já estou me preparando para essa situação”, sorriu.

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