Principal jogadora da Seleção Brasileira feminina que disputará as Olimpíadas do Rio de Janeiro, Marta disse ter sido procurada por atletas europeias que estão apreensivas com os casos de zika vírus registrados no Brasil. A atacante, que atua pelo clube sueco Rosengard, admitiu nesta terça-feira que não tem muitas informações sobre a doença e pediu para que haja uma conversa com os profissionais da CBF sobre os métodos de prevenção.
Diversos atletas já anunciaram que não disputarão as Olimpíadas por conta da proliferação do zika. O vírus apresenta riscos para mulheres grávidas e pessoas que desejam ter filhos, já que está associado ao surgimento de microcefalia em bebês - uma má-formação que impede o desenvolvimento completo do feto. Só no Rio de Janeiro foram confirmados 80 casos de microcefalia neste ano.
"Toda mulher quer ser mãe. Não chegamos a conversar sobre isso, mas uma ou outra [jogadora estrangeira] veio me perguntar. Eu também não tenho tanta informação. Cheguei ao Brasil ontem, então acredito que conversaremos sobre como nos prevenir e evitar que algo aconteça", disse Marta. "Eu ouvi mais comentários de que elas estão apreensivas e queriam saber se era tão grave. Não sou a pessoa certa para responder, minha área é diferente, mas estou tomando as medidas para me prevenir disso", acrescentou.
O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti - o mesmo vetor da dengue. Estudos provaram que manter relações sexuais com uma pessoa contaminada também pode levar à transmissão do vírus. O último levantamento feito pelo Ministério da Saúde registrou 165.932 casos da doença no Brasil. Os casos de microcefalia em todo o território nacional chegam a 1.687. Uma pessoa morreu neste ano dos sintomas do zika vírus (o óbito foi registrado no Rio de Janeiro).
Terrorismo - Outra preocupação entre atletas e turistas que virão para os Jogos Olímpicos é a possibilidade de ocorrer um atentado terrorista no Rio de Janeiro. O governo federal prometeu redobrar os esforços com a segurança após o ataque que matou mais de 80 pessoas na cidade francesa de Nice, no último dia 14. Na ocasião, um radical acelerou um caminhão sobre uma multidão que comemorava nas ruas o aniversário da Queda da Bastilha.
Questionada sobre o tema, Marta disse que o terrorismo não é uma preocupação entre os atletas estrangeiros com quem conversou. "Houve um comentário ou outro, mas ninguém falou diretamente sobre isso. Minhas companheiras de clube que disputarão as Olimpíadas estão ansiosas no bom sentido. Eu espero que possam vir e curtir o Brasil. E que o ouro fique aqui. De resto, torço para que o país faça um grande evento e receba os turistas que estarão aqui", disse.
