Premiado com o troféu Adhemar Ferreira da Silva, que homenageia atletas já aposentados, o tenista Gustavo Kuerten se emocionou diante dos microfones na cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, no Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira. Ao se dirigir à plateia, composta por atletas olímpicos que representarão o Brasil nos Jogos de 2016, o catarinense compartilhou a própria experiência com o evento.
“Em 2000 recebi o prêmio de melhor atleta brasileiro. Eu estava treinando e minha avó veio receber por mim. Queria agradecê-la por ter feito isso por mim naquela ocasião”, lembrou Guga.
Três vezes campeão em Roland Garros, o tenista chorou ao comentar sobre a trajetória dos atletas representados na premiação. “Acho que o esporte tem essa capacidade de envolver a gente, de emocionar. Aos oito anos vi o Joaquim Cruz e a geração de prata do vôlei brasileiro. Cresci com esse sonho e vivi isso em Sydney (2000) e Atenas (2004). Me considero um campeão olímpico por ter ido até lá defender o meu país junto de tantos atletas que eu admirava, gente que dedicou sua vida inteira”, comentou.
“Acho que dos meus três Roland Garros um e meio a torcida ganhou. Me sentia mais forte ao ver a bandeira do Brasil. Obrigada por estarem aqui hoje”, completou o catarinense.
O ex-atleta também fez comentários mais críticos em seu agradecimento. Ao falar sobre as premiações, avaliou a cobrança do público sobre o esporte em si. “Para mim esse prêmio em especial faz muito sentido porque o esporte para o brasileiro ainda é muito resultado. O esporte precisa ir além: ele serve para a vida, é educação, é disciplina. “
Ao fazer sua consideração final, Guga lembrou da atual situação política do Brasil e fez um apelo aos governantes: “Peço aos nossos representantes, ao governo, a todos do poder público, que olhem para dentro desta sala e se espelhem. Por favor, sejam justos, sejam honestos, sejam brasileiros de verdade. Esqueçam partidos, panelinhas e todo o resto”, finalizou.
