Comitê Popular crê em Olimpíadas como fator de segregação no Rio - Gazeta Esportiva
Comitê Popular crê em Olimpíadas como fator de segregação no Rio

Comitê Popular crê em Olimpíadas como fator de segregação no Rio

Gazeta Esportiva

Por Redação

09/12/2015 às 09:29

São Paulo, SP

De acordo com denúncias do Comitê Popular, Vila Olímpica tem trabalho análogo à escravidão (Foto:Divulgação)
De acordo com denúncias do Comitê Popular, Vila Olímpica tem trabalho análogo à escravidão (Foto:Divulgação)


Na última terça-feira, o Comitê Popular da Copa e Olimpíada divulgou o quarto relatório acerca do andamento das instalações do evento e viu o desenrolar das obras aquém das expectativas. Contra o legado de “tolerância, paz e inclusão social”, o relatório acusa que a capital carioca ficará mais segregada e desigual após 2016.

Considerando os Jogos Olímpicos como uma “oportunidade desperdiçada” para promover a inclusão e a democratização do esporte na cidade, o Comitê Popular admitiu que, em vez de conquistas, os investimentos deixarão como legado o deslocamento de populações, transporte de baixa qualidade e até a elitização das instalações esportivas.

“Será a Olimpíada da exclusão. Estamos desperdiçando oportunidades de promover a integração social. Infelizmente, a cidade não será mais justa, nem mais democrática. Este projeto alimenta a segregação e deixa a cidade ainda mais desigual”, disse Orlando Santos Júnior, coordenador do relatório e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Dentre os apontamentos feitos com base na análise, o relatório invoca uma empreiteira ao falar sobre as condições de trabalho de, ao menos, 11 operários que atuam nas obras de revitalização da Vila Olímpica. Com denúncia ao Ministério do Trabalho do Rio de Janeiro, o Comitê compara a situação dos trabalhadores à escravidão.

Com sérias críticas ao sistema BRT, ao qual chamou de “ineficiente e poluente”, o Comitê fez questão de atentar para a má distribuição do transporte público, conseguida mediante um investimento desigual na infraestrutura. Ao falar sobre o meio ambiente, os estudiosos ainda se uniram nas causas em prol da despoluição máxima da Baía de Guanabara.

Um levantamento feito pelo Comitê Popular da Copa e Olímpiada dá conta que 4.120 famílias já foram removidas de seus locais de origem, e outras 2.486 seguem ameaçadas de desapropriação por razões vinculadas, direta ou indiretamente, aos investimentos no projeto olímpico, que pela primeira vez chega à América do Sul.

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