Ministério Público quer reabrir investigações do caso Ryan Lochte
Por Redação
29/09/2017 às 18:10
São Paulo, SP
"Será que o recorrido, sendo uma pessoa pública, um atleta renomado, medalhista olímpico, durante as Olimpíadas, quando a imprensa de quase todos os países do mundo estavam cobrindo o evento, concede uma entrevista a um canal de televisão e noticia um crime grave (roubo qualificado) que sabia não ter verificado, não tinha vontade livre e consciente de fazer a falsa comunicação de crime? Será que Ryan Lochte não sabia da repercussão dos fatos noticiados na imprensa e que as autoridades não adotariam, de ofício, providências para investigar o roubo? A resposta é, obviamente, positiva", escreveu o Ministério Público.
Durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, um grupo de nadadores norte-americanos, composto por Ryan e outros três colegas, afirmou ter sido assaltado em um posto de gasolina da cidade carioca. Porém, depois das investigações da polícia, descobriu-se que os atletas se envolveram em confusão após depredarem o estabelecimento, como confirmado por Lochte posteriormente.
Outro atleta da natação do time dos EUA que participou do ocorrido e estava sendo investigado foi James Feign. O nadador também teria informado a ocorrência de roubo, mas, como foi impedido de deixar o Rio e realizou entrega de cestas básicas em uma entidade de caridade, não figura mais como réu.
A polêmica passou a ficar ainda mais forte após Lochte, ainda no Rio, conceder entrevista ao canal de televisão NBC, afirmando ter sido abordado por assaltantes armados, que obrigaram o grupo de nadadores a se deitar no chão e levaram suas carteiras.
Lochte se desculpou por "não ter sido sincero na forma como descrevi os eventos daquela manhã". O Ministério Público pede a interpelação do pedido de habeas corpus do nadador 12 vezes medalhista olímpico, acatado em julho pelo Tribunal de Justiça.