A queniana Maurine Kipchumba, campeã da Corrida Internacional de São Silvestre 2012, conta com os ensinamentos de um brasileiro na busca pelo bi. O técnico Luiz Antônio dos Santos, medalhista mundial na maratona, crê no sucesso de sua pupila na prova desta quinta-feira.
Premiado com o bronze no Mundial de Gotemburgo 1995, o brasileiro, 10º lugar nas Olimpíadas de Atlanta 1996, administra em Taubaté a equipe Luasa. Entre as mulheres do grupo, Maurine Kipchumba é a principal candidata ao título da tradicional prova de 15 quilômetros.
“A Maurine já provou que tem condições de vencer e pode fazer isso novamente. Está muito tranquila, na dela. Acredito em uma boa prova. No mês de setembro, voltou ao Quênia com a finalidade de se preparar especificamente para a São Silvestre. Espero que no dia da corrida dê tudo certo”, afirmou.
A atleta queniana venceu a edição de 2012 da prova com o tempo de 51min42 e, na ocasião, havia sido contratada para representar o Cruzeiro Esporte Clube. Depois de terminar no 11º lugar em 2014, Maurine Kipchumba quer o bicampeonato.
“Na última vez que corri, também podia ter brigado pela vitória, mas sofri uma lesão. Agora, vou dar meu máximo para ganhar mais uma vez. Estou me sentindo bem fisicamente, mas você nunca sabe o que pode acontecer. Corrida é corrida”, afirmou a atleta.
Além de conhecer as peculiaridades do trajeto da Corrida Internacional de São Silvestre, Maurine Kipchumba já compreende algumas palavras em português. Bem-sucedida nas provas de rua disputadas no Brasil, a queniana sorri ao falar de sua relação com o país sul-americano.
“Vendo televisão, consigo entender. Quando estou lendo, só não entendo as palavras mais difíceis. Gosto muito do Brasil, porque comecei a competir aqui há alguns anos e agora estou mais desenvolvida. Eu me sinto um pouco brasileira também”, contou a corredora.
A facilidade para se comunicar é um trunfo para Kipchumba, conta Luiz Antônio dos Santos. “Se você fala devagar, ela entende quase tudo. Tem um conhecimento muito grande. É meio tímida para começar a conversar, mas depois que começa, vai embora. Isso ajuda bastante”, contou o medalhista mundial, discreto sobre seu passado.
“Vivi um período muito bom e acho que meus resultados falam por mim. Nunca fui de ficar falando. Desde que parei de correr, atuo como técnico e, aos poucos, nosso trabalhado vem crescendo. Esperamos colher bons frutos dentro de uns dois anos”, afirmou.
*Especial para a Gazeta Esportiva
