"Pai do boxe cubano" pede que mulheres subam ao ringue oficialmente no país
Por AFP
28/04/2021 às 23:39
São Paulo, SP
"Nossas mulheres também deveriam ir aos Jogos de Tóquio. O boxe feminino é praticado em todo o mundo, não sei por que ainda não é oficial em Cuba", disse Sagarra ao site oficial Cubadebate.
Cuba tem representação feminina em todos os esportes, incluindo levantamento de peso e luta livre desde 2006, mas não conseguiu superar este último bastião do machismo esportivo.
Sagarra, de 84 anos e treinador de grandes nomes do boxe, nega que o atraso se deva a uma suposta oposição de Vilma Espín, falecida esposa do ex-presidente Raúl Castro e ex-presidenta da Federação das Mulheres Cubanas (FMC).
Vilma, que morreu em 2007, "achava que as mulheres tinham os mesmos direitos que os homens. Nunca as limitaria. Sempre quis o melhor para elas", diz ele.
A Federação Cubana de Boxe anunciou em 2016 a possibilidade de incluir a categoria feminina, mas cinco anos depois, nenhuma cubana da ilha conseguiu subir oficialmente em um ringue.
"É hora de acabar de aprovar isso. A mulher vai para a guerra, monta guarda, dirige; da mesma forma, ela tem direito de boxear", diz Sagarra.
O treinador afirma: "Perdemos tempo, medalhas e a satisfação de ensiná-las a lutar. Espero vê-las no ringue".
Graças ao trabalho de Alcides Sagarra, o boxe cubano acumula 32 títulos olímpicos, 63 títulos mundiais e 64 títulos juvenis em eventos mundiais.
A Associação Internacional de Boxe Amador o elegeu em 2000 o melhor treinador do mundo do século 20, em que revelou astros como Teófilo Stevenson, Félix Savón e Ariel Hernández, entre outros.
Cuba está atrasada para a oficialização do boxe feminino, disse ele.