Como a covid-19 mudou o futebol - da indústria de apostas ao jogo? - Gazeta Esportiva
Como a covid-19 mudou o futebol -- da indústria de apostas ao jogo?

Como a covid-19 mudou o futebol -- da indústria de apostas ao jogo?

Gazeta Esportiva

Por Redação

20/01/2021 às 12:11 • Atualizado: 21/01/2021 às 13:09

São Paulo, SP

Público, clubes, dirigentes e jogadores foram afetados  pelos efeitos da pandemia

Se você assistiu a uma partida de futebol ao vivo recentemente, provavelmente o fez do conforto do seu sofá. Você certamente não foi o único impedido a acompanhar um jogo das arquibancadas do estádio do seu clube preferido. Esse cenário está imposto ao futebol desde pelo menos março de 2020 e deve seguir por um bom tempo.

Até mesmo nos campeonatos nacionais disputados na Europa, que ameaçaram liberar a entrada de público, com distanciamento social e carga reduzida de ingressos, voltaram atrás na decisão após o avanço do novo coronavírus no que já é considerada a segunda onda da doença, ainda mais letal que a primeira.

(Photo/Lars Bo Nielsen)


Claro, os torcedores estão gratos por haver futebol. Vale lembrar que entre março e julho de 2020, boa parte dos campeonatos pelo mundo foram paralisados. Algumas competições foram adiadas para julho de 2021, como a Eurocopa e a Copa América. Com isso, toda a indústria, inclusive sites de apostas esportivas como o Betiton™.

Neste momento, o futebol como conhecemos, com milhares de pessoas nos estádios e atmosfera emocionante, só deve acontecer quando as vacinas entrarem em ação e os torcedores regulares voltarem às arquibancadas. Os profissionais do futebol reconhecem os desafios que o esporte e a indústria devem enfrentar e que exigem soluções criativas.

A primeira delas tem a ver com o relacionamento entre os torcedores e os clubes. Os times e seus dirigentes precisam encontrar uma saída para proporcionar aos adeptos a chance de voltar a interagir com jogadores e com o ambiente da instituição de alguma maneira. Isso tem um peso não só emocional, mas também financeiro, já que os torcedores consomem produtos do clube.

“O impacto financeiro total do COVID-19 ainda esteja para ser sentido”, relatou a Deloitte antes da temporada 2020-2. O relatório da empresa de consultoria prevê que "os clubes das ligas inferiores de países maiores serão atingidos ainda mais do que os gigantes", porque precisam mais das receitas dos jogos e bilheterias, por exemplo.

Sem torcedores nos estádios, os clubes estão inovando em formas de gerar receita nos dias de jogos. Por exemplo, o principal clube dinamarquês FC Midtjylland transformou o estacionamento do estádio em um drive-in para assistir aos jogos em telões. A ideia é que, passada a pandemia, o espaço continue sendo utilizado dessa maneira para acolher uma parte do público que aprovou a ideia.

Uma vantagem inesperada de uma 'recessão' no negócio do futebol é que dirigentes e treinadores tiveram que abandonar o mercado de transferências para melhorar seus respectivos times. Com isso, muitos clubes deram mais atenção às suas categorias de base.

Um exemplo nacional é o Palmeiras. O time ficou caracterizado nos últimos anos por fazer muitas contratações. Em 2020, já com os efeitos da pandemia, o técnico Vanderlei Luxemburgo decidiu apostar na molecada da base. Até então desconhecidos, nomes como Gabriel Menino, Patrick de Paula, Danilo e Gabriel Verón ganharam espaço e hoje são peças importantes no esquema do portugês Abel Ferreira.

Enquanto isso, estrelas do futebol tem seus salários ameaçados. Durante os meses de maio e julho, diversos clubes pelo mundo, incluindo Barcelona, Bayern de Munique e Juventus tentaram negociar uma diminuição dos salários do elenco e da comissão técnica para aliviar as contas dos clubes e diminuir o prejuízo causado pela paralisia do futebol.

Muitas ligas seguem com esse plano mesmo com a lenta retomada que se tem do futebol. Dirigentes da Liga Francesa tentam impor tetos salariais para impedir que clubes como Paris Saint Germain, hoje comandado por um sheik arábe, possa continuar pagando salários exorbitantes como faz às estrelas do seu time, incluindo aí os brasileiros Neymar e Marquinhos, e o francês Mbappe.

Mas essa é uma realidade em muitas partes do mundo. "Em Ipswich, temos um grupo realmente talentoso de menores de 16 anos para cima. São jogadores que logo estarão na equipe profissional", disse Paul Lambert, gerente da Ipswich Town em entrevista à imprensa britânica no fim de 2020.

A pandemia é muito ruim e já tirou a vida de muitas pessoas. Mas no esporte ela apontou caminhos que certamente serão utilizados quando o coronavírus for apenas uma lembrança ruim na memória das pessoas.

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