Fifa enfrenta ação na Justiça suíça por exploração de trabalho no Catar - Gazeta Esportiva
Fifa enfrenta ação na Justiça suíça por exploração de trabalho no Catar

Fifa enfrenta ação na Justiça suíça por exploração de trabalho no Catar

Gazeta Esportiva

Por Redação

10/10/2016 às 12:47

São Paulo, SP

A Fifa terá de enfrentar nos tribunais uma ação apresentada na Corte da Suíça que diz respeito as condições de exploração sofridas por trabalhadores imigrantes nas obras para a Copa do Mundo de 2022 no Catar, do qual a entidade é acusada de ser cúmplice, segundo informa o jornal britânico The Guardian nesta segunda-feira.

O recurso, trazido até a Justiça por um imigrante de Bangladesh, Nadim Sharaful Alam, um dos empregados no Catar, coloca pela primeira vez o órgão principal por organizar o futebol no planeta como responsável direto pelas condições ilegais de trabalho apresentadas no país sede da Copa de 2022.

Entidade máxima do futebol é acusada de ser responsável por condições desumanas de trabalho no Catar (Foto: Divulgação)
Entidade máxima do futebol é acusada de ser responsável por condições desumanas de trabalho no Catar (Foto: Divulgação)


Em uma carta, é explicada a relação da Fifa com a escolha do Catar como sede do mundial e sua responsabilidade em garantir que a organização e preparação para o evento seja realizada em processos lícitos, dando por fim um prazo de três semanas ao presidente Gianni Infantino para que a entidade se aceite como culpada e pague os danos já causados antes das audiências no tribunal.

No documento, é solicitado para que a Fifa “Reconheça que agiu erroneamente através da concessão da Copa do Mundo para o Catar em 2022 sem exigir uma garantia de que o país disponibilizasse condições humanas e desse respeito aos direitos básicos os imigrantes trabalhadores de construção, cuja função está relacionada com a Copa do Mundo de 2022”.

A carta ainda argumenta que a entidade deveria ter usado de sua influência para exigir a abolição do sistema de trabalho “kafala”, adotado no Catar, garantindo a oportunidade dos trabalhadores imigrantes de trocar de trabalho, deixar o país ou formar um sindicato se assim desejarem.

Por fim, a carta coloca que “A Fifa precisa reconhecer que não deveria ter premiado o Catar com a Copa do Mundo de 2022”. Infantino ainda é intimado a admitir que o órgão violou os direitos de Nadim Alam, que atuou em obras no Catar como um trabalhador não qualificado entre 2014 e 2016, e pede indenização pelos danos sofridos.

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