“Como é difícil você manter o basquete no Nordeste, onde eles não têm o costume de jogar basquete. O Campeonato Baiano tem mais equipes que o NBB, tem gente que é apaixonada pelo esporte, mas não tem estrutura. Às vezes eu estou andando lá na Bahia, vejo uns caras gigantescos e me pergunto: ‘Pô, por que não tem estrutura? ‘. É isso que a gente busca, com certeza os treinadores estão querendo evoluir ainda mais, porque a gente está atrás de alguns países que não pode estar. Um país com 190 milhões de habitantes estar atrás da Argentina, por exemplo, não pode. A Argentina não tem os jogadores que nós temos. É uma briga árdua, difícil, ficamos algumas semanas seguidas treinando com oito jogadores, porque não temos estrutura ainda para as categorias de base. Isso para a gente atrapalha um pouco”, disse Murilo à Gazeta Esportiva.
Por conta da grande campanha no último NBB, o Vitória se classificou para disputa a Liga Sul-Americana, porém, não passou da primeira fase. A equipe comandada pelo técnico Régis Marrelli até venceu o jogo de estreia contra o Malvin por 70 a 69, mas acabou eliminada ao ser superada nas duas partidas seguintes, contra o Estudiantes de Concordia e contra o Guaros de Lara. Contando com a experiência de Murilo, que foi vice-campeão e MVP do NBB 2011/12 sob o comando do atual treinador do Leão, que trabalhou com o pivô no São José, o clube agora espera um desempenho melhor na elite do basquete nacional.
“Trabalhamos muito, não começamos muito bem com a Liga Sul-Americana, mas já ficou para trás. Agora chegaram dois norte-americanos, estamos nos entrosando. Tivemos a Copa Avianca, que foi fundamental para a gente. Temos que acreditar que podemos chegar em uma final. Se nós não acreditarmos, quem vai acreditar? Elenco nós temos. As equipes também nos respeitam, porque podemos desbancar muito time grande jogando em casa ou fora. Temos condições e elenco para vencer qualquer jogo em qualquer ginásio”, garantiu o experiente pivô.
Questionado sobre o que pesou para o Vitória não ter tido um bom desempenho na Liga Sul-Americana após a boa campanha no último NBB, Murilo Becker apontou a parte física como um aspecto que fez falta para o elenco rubro-negro frente aos fortes rivais da América do Sul, além do amadorismo dos adversários enfrentados antes da competição.continental.
“Fisicamente as outras equipes estão acima da gente. Ficamos três semanas seguidas treinando com oito jogadores, então é diferente. Por mais que a gente corresse, a gente não conseguia fazer o cinco contra cinco. Estávamos jogando o Campeonato Baiano, mas no Baiano há muitos ex-jogadores que nem treinam, porque trabalham. O nível é totalmente diferente. Agora com a Copa Avianca, que foi um pouco cansativa, porque foram seis jogos em sete dias, evoluímos ‘mil por cento’. Basta a gente se conhecer um pouco mais para as coisas acontecerem naturalmente”, finalizou, citando o torneio preparatório para o NBB em que o Vitória terminou na quarta colocação.
