Medalhista de prata em 2012, Esquiva Falcão explica mudança para boxe profissional e sonha com UFC - Gazeta Esportiva
Medalhista de prata em 2012, Esquiva Falcão explica mudança para boxe profissional e sonha com UFC

Medalhista de prata em 2012, Esquiva Falcão explica mudança para boxe profissional e sonha com UFC

Gazeta Esportiva

Por Rafael Silva

15/05/2020 às 08:00 • Atualizado: 15/05/2020 às 09:04

São Paulo, SP

Em 2012, nas Olimpíadas de Londres, o Brasil fez história no boxe ao chegar em uma final e conquistar a prata pela primeira vez. O responsável pelo feito é o vitoriense Esquiva Falcão, registrando na época a melhor campanha brasileira em uma disputa olímpica no esporte.

Muito se esperava que Esquiva fosse para a disputa do ouro na edição seguinte dos Jogos, quando eventualmente lutaria em casa, no Rio de Janeiro. Contudo, o pugilista decidiu mudar o rumo de sua carreira- abandonar o boxe olímpico e passar para o profissional. Na época, a decisão gerou algumas críticas ao capixaba, e poucos entenderam a reviravolta.

Esquiva conquistou uma medalha olímpica para o boxe brasileiro depois de 44 anos (Foto: Divulgação)


A diferença entre uma luta e outra é principalmente no quesito das regras. No profissional , sem capacete, os juízes avaliam qual lutador é mais contundente, mostrando domínio do centro do ringue. Nem sempre o que dá mais golpes sai vencedor. Já no boxe olímpico, até então com capacete, é computado cada golpe encaixado. Ao fim da luta, vence quem tem mais pontos, ou golpes acertados.

Antes dos Jogos Olímpicos de 2016, foi anunciada a abolição do uso dos capacetes, medida obrigatória desde as Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. A ambição de Esquiva já tinha pelo menos uma justificativa.

"Depois que eu ganhei a medalha, recebi várias propostas. Com a notícia que o boxe o olímpico não ia ter mais capacete, já tinha uma deixa. Se não vai ter mais a proteção, vou para o profissional. O sonho de todo atleta é conquistar uma medalha olímpica e eu já tinha conquistado. Então parti para conquistar um cinturão mundial. Falei com a minha família e eles concordaram", revelou em bate-papo exclusivo com a Gazeta Esportiva.

"Esporte olímpico é medalha, uma glória nacional, já o esporte profissional é dinheiro. Disputar as Olimpíadas é apenas uma vez. Se for e ganhar é ótimo, mas se não ganhar, vai para o profissional, é melhor financeiramente", completou.




Vitorioso em sua essência, o boxeador novamente teve sucesso. Desde 2014, quando estreou no boxe profissional, Esquiva Falcão ostenta o invejável cartel de 25 lutas e 25 vitórias, sendo 18 por nocaute. Atual número três do mundo dos pesos-médios, o lutador já vê o cinturão, sua maior ambição, de perto.

"Tinha uma luta agendada agora em abril. Se Deus quiser, quando acabar essa quarentena posso já disputar, ou uma luta para retomar o ritmo e depois para valer. Estou muito bem, com um pé para disputar o cinturão. Depois que eu ganhar, penso em defendê-lo algumas vezes. Por fim, ainda tenho alguns desejos".

O que um medalhista olímpico e dono de um cinturão no boxe profissional ainda almejada na carreira, com o nome já cravado na história do esporte? Esquiva quer "tirar onda" no UFC, inspirado no irlandês McGregor.

"Quero fazer umas "lutinhas" no UFC. Não é nem disputar cinturão, é mais ter a experiência, a adrenalina. Tirar uma onda e ver o que acontece, tipo o McGregor quando veio para o boxe", finalizou.

Conteúdo Patrocinado