Sul-africano abandona disputa na Fifa antes do início das votações - Gazeta Esportiva
Sul-africano abandona disputa na Fifa antes do início das votações

Sul-africano abandona disputa na Fifa antes do início das votações

Gazeta Esportiva

Por Redação

26/02/2016 às 10:01 • Atualizado: 26/02/2016 às 10:11

São Paulo, SP

O empresário sul-africano Tokyo Sexwale abandonou a disputa após discursar no Congresso da Fifa (Foto: Olivier Morin/AFP)
O empresário sul-africano Tokyo Sexwale abandonou a disputa após discursar no Congresso da Fifa (Foto: Olivier Morin/AFP)


Último dos candidatos a fazer o pronunciamento oficial nesta sexta, o empresário sul-africano Tokyo Sexwale abriu mão de concorrer ao mais alto cargo do futebol mundial. Representante do Continente Africano, Sexwale, que lutou contra o Apartheid e foi preso político ao lado de Nelson Mandela, agora deixa quatro candidatos lutando pelo cargo.

“Não estou diante de vocês para ensinar nada de futebol. Joguei futebol em Soweto, na prisão. Minha candidatura acaba hoje, eu terminei minha participação agora e deixo a vocês quatro candidatos. Agora o problema é de vocês. Estou preparado para servir ao novo presidente, minha campanha está suspensa”, declarou Sexwale, causando surpresa a todos.

Depois de quatro meses de corrida eleitoral, o último ato da campanha dos presidenciáveis foi cronometrado. Após a aprovação do pacote de reformas, cada candidato teve 15 minutos para fazer um último discurso na tentativa de angariar novos votos. Após os pronunciamentos no Congresso Extraordinário, em Zurique, a compilação dos votos terá início.

As declarações dos candidatos começaram após o camaronês Issa Hayatou, presidente em exercício da Fifa desde o afastamento de Joseph Blatter, em outubro, discursar em tom otimista sobre novas reformas para o futebol mundial. Segundo ele, é o momento oportuno para recuperar a imagem da entidade.

Antes de escolher o novo presidente da entidade, representantes de 207 federações – já que Kuwait e Indonésia não estão sendo considerados por ingerências governamentais no futebol – aprovaram um pacote de reformas que envolveu a publicação dos salários – dentro da ótica da transparência -, a limitação de apenas três reeleições e a criação de um órgão para gerir o futebol feminino.

A partir de agora, a votação acontecerá em moldes antigos. Se a tecnologia foi usada para a aprovação do pacote de reformas, o novo presidente da entidade agora será decidido a partir do sistema de urna e cédula. Um representante por vez irá à frente, representando a respectiva federação, para computar o voto.

Segundo o secretário-geral Markus Kattner, a votação acontecerá em duas etapas. No primeiro turno, o candidato só vencerá se conseguir acumular 2/3 de todo o quórum. Se nenhum dos presidenciáveis alcançar tal número de votos, o segundo turno terá um vencedor assim que a maioria simples (metade mais um).

Confira as principais falas dos candidatos à presidência da Fifa:

Ali Bin Al Hussein

“Na minha presidência, as pessoas deverão construir com base no melhor do passado, deixando o pior para trás. Devemos avançar juntos, de uma forma inclusiva. A mudança de cultura significa abraçar valores compartilhados, de abertura, de transparência, de não-discriminação...”

“Vamos inverter a pirâmide e colocar o interesse das associações nacionais no topo com o objetivo de alcançarmos a autossuficiência. Sou um de vocês, podemos fazer história elegendo um presidente direto de uma associação membro. Temos que ter uma posição unida contra o status quo”

Salman bin Ebrahim al-Khalifa

Presidente da Confederação Asiática, Salman bin é favorito ao lado de Infantino (Foto:Divulgação)
Presidente da Confederação Asiática, Salman bin é favorito ao lado de Infantino (Foto:Divulgação)


“Preencher as lacunas entre federações maiores e menores é fundamental. Com relação às finanças, temos que ser realistas, dizer a verdade. Temos que agir com responsabilidade para fazer o melhor pela Fifa. Não vou hipotecar o futuro da Fifa apenas para fins eleitorais”

“Fui eleito chefe de uma associação nacional (Bahrein) por 15 anos, e presidente de uma Confederação Nacional (Asiática) nos últimos três anos. Temos que incluir a todos, as federações nacionais, os clubes, os jogadores, as ONGS – o presidente é apenas um homem, o chefe de um conselho”

Jérôme Champagne

“Ouvi muitas das preocupações atuais quando eu trabalhava na Fifa. Empurrei para debate as questões que achei pertinentes, mas o debate não ocorreu apesar das cartas que escrevi. O fosso com relação à Europa aumentou, a economia internacional é injusta. Precisamos de alguém com experiência. Meu programa foi endossado por Pelé, Van Basten, Roger Milla e outros”

“Precisamos fazer da Fifa mais feminina. Tenho a ideia de criar uma divisão especial para o futebol feminino aqui dentro da entidade. É preciso votar no candidato que tem visão. Sei o que foi feito de certo e errado na Fifa nos últimos 40 anos. Tiveram reformas adotadas, mas ainda há muito a ser feito”

Gianni Infantino

“Cinco meses atrás eu nem cogitava estar aqui. A imagem da Fifa está manchada. Diante disso, temos duas opções: camuflar ou levantar a instituição. Sempre quis atuar, fazer o que é certo. A Europa tem que fazer muito mais, temos que quebrar as paredes que ainda existem no futebol”

“O dinheiro da Fifa é da Fifa, e não do presidente da Fifa. Se desenvolvermos o futebol com o dinheiro da Fifa, o mundo vai nos olhar e nos aplaudir. Precisamos desenvolver o futebol, e para isso precisamos de uma liderança forte”

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