Santos prepara "contra-ataque" após pedido de impeachment de Peres - Gazeta Esportiva
Santos prepara "contra-ataque" após pedido de impeachment de Peres

Santos prepara "contra-ataque" após pedido de impeachment de Peres

Gazeta Esportiva

Por Correspondente Lucas Musetti Perazolli

18/04/2018 às 07:00

Santos, SP

Presidente é alvo de pedido de impeachment de conselheiros (Foto: Divulgação)


Um grupo de 22 conselheiros do Santos solicitou ao Conselho Deliberativo o impeachment do presidente José Carlos Peres. A ação foi encabeçada por Alexandre Silva e se sustenta no não cumprimento de normas do estatuto. A informação foi publicada pelo Lance. Agora, o Peixe prepara um contra-ataque.

O alvinegro enxerga o pedido de impedimento como uma intimidação e não vê qualquer chance da saída do presidente. Se isso ocorresse, o vice Orlando Rollo assumiria o cargo. O Santos irá encaminhar uma reclamação ao Comitê de Inquérito e Sindicância. Alguns membros do Comitê de Gestão alegam que estão sendo ameaçados, inclusive de morte. Um deles registrará queixa-crime contra um dos conselheiros envolvidos na solicitação de impeachment.

O mesmo Comitê de Inquérito e Sindicância terá cinco dias para formalizar o pedido de impedimento. O presidente terá 10 dias para se defender e rebater as reclamações com provas. A CIS, depois da alegação de Peres, emitirá parecer em uma semana. Se o processo for levado em consideração, os conselheiros poderão votar pelo impeachment. Se dois terços forem a favor, a proposta será encaminhada para a Assembleia Geral, que decidirá definitivamente sobre o caso.

Motivações dos conselheiros

O grupo alega que uma portaria emitida por Peres desrespeitou o artigo 64 do statuto e trouxe danos econômicos e à imagem do clube. Em fevereiro, o presidente, com o aval do comitê de gestão, aliou a contratação de novos funcionários mediante seu aval. O trecho citado diz assim:

"Compete ao Comitê de Gestão, além das demais atribuições que lhe são conferidas por Estatuto
(c) contratar, fixar a remuneração, dispensar, definir as atribuições e supervisionar o trabalho dos Superintendentes e de cada Gerente Executivo, conforme previsão estatutária, exigindo os cumprimentos das metas fixadas e garantindo uma gestão profissional. 
(d) contratar, dispensar, fixar os vencimentos e/ou a remuneração dos funcionários, dos atletas profissionais, dos membros da comissão técnica e do todos quanto prestem, sob qualquer natureza, serviços ao Santos". 

Com a portaria, na visão dos conselheiro, Peres centralizou ações e cometeu erros, como a demissão do executivo Gustavo Vieira após menos de dois meses, renovação de contrato com a TV Globo e o insucesso na venda de Lucas Veríssimo para o Spartak Moscou-RUS por 7,5 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões).

"Em que pese o curto período em que exerce o cargo de mandatário do Santos Futebol Clube, conseguiu o presidente José Carlos Peres atingir proeza inimaginável aos maiores pessimistas: desagradar a quase totalidade de sócios, torcedores e amantes do clube", diz parte do documento pelo pedido do impeachment.

Os conselheiros prometem mais de 22 assinaturas e acusações mais graves nos próximos dias para o presidente José Carlos Peres responder. Nesta terça-feira, a Folha publicou uma matéria sobre uma investigação contra o coordenador da base, Ricardo Crivelli, o Lica, por pedofilia. O profissional teria assediado Ruan Carvalho, então jogador das categorias de base do Santos, em 2010, quando ele tinha 11 anos. Hoje, o atleta está na Portuguesa Santista. O boletim de ocorrência foi registrado na última sexta-feira.

Resposta do Santos

De forma pública, o Santos afirma que a solicitação de impedimento de Peres não o preocupa. Membros da diretoria garantem que o clima no clube é ótimo e o presidente não vê risco de deixar o cargo.

"O Santos FC esclarece que todos os atos de seu Presidente, Vice e Comitê de Gestão estão absolutamente de acordo com o Estatuto do Clube. A portaria referida no pedido de impedimento, ao contrário do que se afirma, somente reforça a prerrogativa do presidente do Comitê de Gestão de fazer cumprir todas as decisões por ele tomadas, retirando totalmente dos níveis gerenciais do clube qualquer possibilidade de contratação ou demissão de funcionários sem a expressa aprovação do presidente. Até por isso, o pedido apresentado, curiosamente por um conselheiro de uma chapa derrotada em dezembro, não traz preocupação à presente gestão, porque não condiz com a verdade dos fatos."

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