Respeitando medidas, Infantino terá salário menor que o de Blatter
Por Redação
28/02/2016 às 16:37 • Atualizado: 28/02/2016 às 16:42
São Paulo, SP
Para atender ao pacote de reforma que ele mesmo trabalhou para aprovar, o suíço-italiano Gianni Infantino, novo presidente da Fifa, vai ter um ganho mensal menor que o do antecessor Joseph Blatter. Após divulgar as medidas na última sexta-feira, durante o Congresso Extraordinário que terminou com o pleito mais disputado dos últimos 42 anos, o porta-voz interino Markus Kattner afirmou que a Fifa enfrentará um déficit de R$ 2,1 bilhões nos próximos três anos.
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Na intenção de diminuir esses efeitos, o Comitê Executivo foi instinto para ser substituído pelo Conselho Fifa, com um número menor de representações membros, o que gera uma diminuição dos encargos. A Fifa, em 2015, passou pela maior crise institucional de seus 112 anos e fechou o balanço orçamentário no prejuízo depois de 13 anos - a entidade, que gasta cerca de R$ 39 mi anuais com ações judiciais, teve déficit de R$ 400 milhões no último ano.
A publicação dos salários dos funcionários, grande mudança em termos de transparência, deve começar a vigorar a partir de março. Na ocasião daaprovação das medidas, foi estipulado um prazo de 60 dias para a implantação das reformas de forma plena. A partir da divulgação dos valores e o fim do sigilo, será possível saber qual será o salário do novo presidente da Fifa.
Em meados de março, dos dias 13 a 18, haverá a primeira reunião de dirigentes na Fifa, na qual novas medidas devem ser anunciadas. A principal delas, a escolha de um novo secretário-geral para a entidade. O último a ocupar o cargo, essencial para mediar a relação entre o presidente e todas as 209 federações filiadas, foi Jérôme Valcke, recentemente banido por 12 anos de qualquer atividade ligada ao futebol.
Nono europeu a chegar a cadeira mais alta do futebol mundial, Infantino deve recorrer a outros blocos para buscar seu secretário. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a tendência é que o presidente vá aos Estados Unidos ou à África, maior colégio eleitoral da Fifa, para eleger um dirigente executivo e atender ao interesse dos aliados.
A eleição que colocou Gianni Infantino no poder foi histórica por ter sido a primeira com cinco candidatos direto no primeiro turno. Além disso, desde 1974 - no pleito que colocou o brasileiro João Havelange no poder - a definição para o novo presidente da Fifa não ia parar no segundo turno. Após lançar candidatura de última hora, e contar com votos diferenciais na hora da decisão, Infantino levou a disputa ao somar mais do que a metade dos votos na segunda votação.