Crise na Conmebol faz clubes sul-americanos buscarem protagonismo - Gazeta Esportiva
Crise na Conmebol faz clubes sul-americanos buscarem protagonismo

Crise na Conmebol faz clubes sul-americanos buscarem protagonismo

Gazeta Esportiva

Por Theo Chacon* e Helder Júnior

31/03/2016 às 15:53 • Atualizado: 31/03/2016 às 17:09

São Paulo, SP

Estádio do Morumbi recebeu representantes de 32 clubes sul-americanos nesta quinta (Foto:Fernando Dantas/Gazeta Press)
Estádio do Morumbi recebeu representantes de 32 clubes sul-americanos nesta quinta (Foto:Fernando Dantas/Gazeta Press)


Foi realizada no estádio do Morumbi, durante a manhã e o início da tarde desta quinta-feira, a terceira reunião da Liga Sul-Americana de clubes, competição que poderá ser acoplada ao calendário oficial das Américas eventualmente, caso seja oficializada.

Vendo a Conmebol sucumbir à crise que ronda os bastidores do futebol sul-americano desde meados de 2015, uma série de clubes do continente tenta a unificação para buscar um maior protagonismo no cenário continental.

Desde janeiro, quando houve o primeiro encontro em Montevidéu, cerca de 30 clubes da maior parte dos países sul-americanos vem orquestrando uma eventual mudança no que diz respeito à organização de competições como Copa Libertadores e Sul-Americana, aos repasses de verba e à divulgação de contratos.

Maiores resoluções sobre a estrutura do órgão, que agirá, em tese, paralelamente à Conmebol, deverão ser obtidas a partir deste terceiro encontro em São Paulo. De acordo com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo, a intenção não é criar uma força paralela e sim deixar os clubes em uma condição de destaque.

“Estamos tratando de questões fundamentais como a moralidade, a transparência, a publicidade dos atos e modelos de gestão modernos, em todos os sentidos. Vamos discutir questões específicas do estatuto. Temos uma reunião de trabalho entre todos”, contou Leco, que após o almoço se reuniu com os demais dirigentes na sala do Conselho Deliberativo.




O mandatário são-paulino ainda descartou a possibilidade de rivalizar com a Conmebol, cuja imagem tem sido frequentemente arranhada pelos casos de corrupção aos quais tem se atrelado. “Não significa uma desfiliação da Conmebol. Não estamos aqui para fazer qualquer coisa contra a Conmebol, mas para mostrar que os clubes são sérios e querem tratar das questões do futebol”, esclareceu.

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, endossou o discurso de Leco no que se refere à união pensada entre os clubes. Não para fazer frente à entidade, mas sim para que as equipes sul-americanas ganhem mais em termos de representatividade diante de outros interesses.

Chefiando as contas de um dos maiores campeões das Américas, o Boca Juniors, Daniel Angelici fez coro ao santista Modesto Roma Júnior no que diz respeito a um possível torneio entre as Américas. “Se for bom para a América do Sul fazer um torneio com México e Estados Unidos, faremos, não estamos fechados a nada”, declarou.

O encontro em São Paulo marca o terceiro entre os clubes num período de três meses. Com a instituição gerida provisoriamente por Alejandro Domínguez, e ainda na mira das investigações comandadas pela Justiça norte-americana acerca do caso Fifa, a ideia é aproveitar o “recesso institucional” da Conmebol para buscar alternativas que elevem o futebol sul-americano a um plano de destaque.

*especial para Gazeta Esportiva

Conteúdo Patrocinado