CGU aponta falta de transparência em investimentos da Caixa no futebol - Gazeta Esportiva
CGU aponta falta de transparência em investimentos da Caixa no futebol

CGU aponta falta de transparência em investimentos da Caixa no futebol

Gazeta Esportiva

Por Redação

23/03/2016 às 14:34 • Atualizado: 24/03/2016 às 12:01

São Paulo, SP

Cúpula da Caixa, encabeçada por Miriam Belchior, é questionada com relação ao monitoramento dos investimentos (Foto:Reprodução/Twitter)
Cúpula da Caixa é questionada com relação ao monitoramento dos investimentos (Foto:Reprodução/Twitter)


Após analisar uma série de contratos da Caixa Econômica Federal, maior patrocinadora do futebol brasileiro na atualidade - com investimento ativo próximo aos R$ 83 milhões -, a Controladoria Geral da União (CGU) assumiu, em auditoria, que os valores de patrocínio foram repassados aos clubes sem o devido cuidado com relação aos objetivos.

O órgão ressalta que não foi esquematizada, pelo banco, uma forma de mensurar o retorno financeiro a partir dos programas de patrocínio. A CGU ainda defende que a Caixa não agiu como órgão fiscalizador no cumprimento dos preceitos da Lei do Desporto e Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2015.

"O que se disse e se reafirma é que não foram instituídos mecanismos de avaliação dos riscos envolvidos na concessão de patrocínios aos clubes de futebol, destacadamente, os aspectos da transparência da gestão destes clubes", descreveu a controladoria, que ainda questiona o quão positivo é o saldo da parceria para o banco em si.

"Não foi possível avaliar o efetivo retorno financeiro obtido pela Caixa Econômica Federal com esses contratos de patrocínio, não tendo sido obtidas evidências objetivas de que tais ações de marketing tenham contribuído para a realização de novos negócios ou para o incremento do lucro do banco", prosseguiu o comunicado.

Recentemente, a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, visitou instalações olímpicas no Rio de Janeiro e anunciou patrocínio as ligas nacionais de basquete tanto na modalidade feminina quanto masculina.

Em nota oficial, a Caixa Econômica Federal reitera que deixou à disposição da CGU um relatório com os lucros obtidos com o futebol, individualizados por time. A nota ainda garante que a empresa exigiu, por diversas vezes, o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, um dos quesitos para a presença no Profut.

Confira a nota de esclarecimento da Caixa na íntegra:

O relatório da CGU apresentou, à época, diferentes apontamentos, cujas respostas foram encaminhadas à entidade em outubro de 2015. Os resultados financeiros alcançados pela CAIXA com o patrocínio ao futebol (exposição da marca e retorno de imagem) foram disponibilizados para a CGU, com relatório de avaliação que demonstra o retorno individualizado por time.

A CAIXA implementou mudanças em seu contrato de patrocínio, passando a exigir dos clubes patrocinados o cumprimento da Lei do Desporto e da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Além disso, foram feitas alterações no normativo da Empresa, alterando as regras e procedimentos adotados nas contratações de patrocínio.

Sobre o Planejamento Estratégico da Empresa, o patrocínio ao futebol está atrelado ao objetivo “Ser o principal banco de relacionamento da Nova Classe Média”. Ainda assim, a partir deste ano, a CAIXA incluirá também os patrocínios a clubes de futebol ao Plano Executivo da Empresa, detalhando as ações e os objetivos a serem alcançados com esses patrocínios.

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