Após quebrar tudo em casa, Bueno vira revelação "adotada" pelo Santos e sonha com Europa - Gazeta Esportiva
Após quebrar tudo em casa, Bueno vira revelação "adotada" pelo Santos e sonha com Europa

Após quebrar tudo em casa, Bueno vira revelação "adotada" pelo Santos e sonha com Europa

Gazeta Esportiva

Por Do correspondente Vitor Anjos

08/01/2017 às 08:00 • Atualizado: 08/01/2017 às 10:30

Santos, SP

Lançado aos profissionais pelo Botafogo-SP, Bueno foi 'adotado' pelo Peixe e virou a principal revelação do clube em 2016 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Lançado aos profissionais pelo Botafogo-SP, Bueno foi 'adotado' pelo Peixe e virou a principal revelação do clube em 2016 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


Nas discussões futebolísticas em mesas de bar, o torcedor santista geralmente estufa o peito para fazer inveja aos rivais e afirmar que "craque o Santos faz em casa". A história realmente não o deixa mentir, afinal, o Peixe já revelou ídolos como Pelé, Pepe, Coutinho, Neymar, Robinho, etc. Porém, um jogador em especial vem surgindo como uma grata promessa do Peixe e não saiu das categorias de base do clube. Mesmo assim, pode-se dizer que Vitor Bueno é um "Menino da Vila adotado". O meia, que apareceu no futebol pelo Botafogo-SP, chamou atenção da diretoria alvinegra em 2015 e recebeu uma oportunidade no time sub-23. Após "dar a vida" nos treinamentos, o jovem de 22 anos agradou o técnico Dorival Júnior, subiu para o time profissional e não parou mais.

Mesmo começando 2016 no banco de reservas, Bueno ganhou várias chances durante o Campeonato Paulista e se tornou titular absoluto da equipe. Após dar o passe que originou o gol decisivo de Ricardo Oliveira na final do torneio estadual, contra o Audax-SP, o meia deslanchou de vez no Brasileirão.

Com 10 gols e cinco assistências, o jovem foi fundamental na campanha que deixou o Peixe com o vice e ainda garantiu o retorno do time à Copa Libertadores da América. O destaque foi tanto que Bueno ganhou o prêmio de revelação do Campeonato Brasileiro.

"Foi minha melhor temporada. Fiquei muito feliz por tudo que conquistei no ano. Acho que foi uma temporada de afirmação minha. Joguei bastante e só fiquei fora no fim do Brasileiro por conta da lesão contra o Sport. Espero viver mais momentos assim neste ano", afirmou o meia em entrevista exclusiva para a Gazeta Esportiva.

Apesar da pouca idade, o jovem já 'rodou' bastante antes de desembarcar na Vila Belmiro. Nascido em Monte Alto, no interior de São Paulo, o Vitor Bueno começou bem cedo sua história no mundo do futebol. E o primeiro passo na carreira só foi dado por conta de sua especialidade em destruir os móveis de casa.

"Eu tinha apenas quatro anos e a escolinha de futebol da minha cidade só aceitava crianças maiores de seis anos. Minha mãe me levou até lá e eles negaram a entrada. Mas de tanto que eu chutava a bola em casa e quebrava tudo, minha mãe ficou insistindo na porta da escolinha e o treinador acabou deixando eu entrar só para ela parar de encher o saco dele. E no joguinho lá eu acabei me destacando no meio dos mais velhos e fiz mais gols que todos eles. E a partir daí começou minha vida dentro do futebol", explicou o meia aos risos.

Após os primeiros passos na infância, Bueno foi para as categorias de base do Monte Azul, também do interior de São Paulo, e logo depois acabou emprestado ao Bahia. Em Salvador, o jovem não viveu bons momentos, ficou sete meses sem ver seus pais e acabou sendo dispensado em 2012. Abatido após a fracassada passagem pelo time baiano, o meia começou a mudar o rumo da carreira um ano depois, quando chegou no Botafogo de Ribeirão Preto.

"Fui para Ribeirão com meus 17 anos. Fiquei bem chateado com a dispensa do Bahia. Meu pai foi me buscar no aeroporto, levantou minha autoestima e disse que via grande possibilidade para eu brilhar no Botafogo-SP. E eu realmente brilhei em Ribeirão e por conta disso eu vim para um time maior ainda, que é o Santos".



Agora, o jovem não pensa mais nos problemas enfrentados no início da carreira. Deixando de lado o rótulo de promessa para virar uma realidade no Brasil, Bueno mira a conquista da Libertadores com o Santos e admite o sonho de um dia atuar no futebol europeu.

"Penso sim em jogar na Europa e também ser convocado pela Seleção Brasileira. Todo jogador que pensa alto sonha com essas duas coisas. Mas vamos viver um passo de cada vez. É dia após dia. Meu pensamento agora está no Santos e na Libertadores do ano que vem. Posso dizer que estou ansioso e esperançoso para que possamos fazer uma grande competição e alcançar o nosso sonho, que é o título", concluiu o meia santista.

Leia a entrevista completa com Vitor Bueno:

Gazeta Esportiva - Pode-se dizer que 2016 foi sua melhor temporada como jogador de futebol?

Vitor Bueno - "Sim. Foi minha melhor temporada. Fiquei muito feliz por tudo que conquistei no ano. Acho que foi uma temporada de afirmação minha. Joguei bastante e só fiquei fora no fim do Brasileiro por conta da lesão contra o Sport. Espero viver mais momentos assim neste ano".

Gazeta Esportiva - Você chegou desconhecido em 2015, fez poucos jogos e deslanchou em 2016, virando titular e sendo um dos principais jogadores. Você esperava essa ascensão tão rápida?

Vitor Bueno - "Quando surgiu a possibilidade de vir para o Santos, o meu pensamento era de estar atuando. Sempre pensei alto. Sabia do meu potencial e do que poderia fazer para ajudar o time. E as coisas aconteceram. Tudo que pensei lá atrás aconteceu no ano passado. Mas é tudo fruto do meu trabalho. Eu ralei para estar aqui, trabalhei e treinei muito para as chances aparecerem".

Gazeta Esportiva - Como você chegou ao Santos? De onde surgiu a oportunidade de vir para o Peixe?

Vitor Bueno - "Fui revelado pelo Botafogo de Ribeiro Preto. Subi aos profissionais lá. Joguei dois Paulistas pela equipe e no último, em 2015, o Santos demonstrou interesse em mim. Então surgiu a oportunidade de vir ao time sub-23. O contrato era de empréstimo por um ano. Sabia que era a oportunidade da minha carreira. Por isso eu dei a vida em todos os jogos, principalmente nos treinos contra os profissionais. Queria mostrar porque eu estava ali. O Dorival gostou e me chamou para os profissionais. Fui entrando aos poucos, mostrando meu trabalho e me soltando cada vez mais. E hoje me tornei titular. Tenho que agradecer muito ao Dorival também pela oportunidade".

Gazeta Esportiva - Mesmo sendo um meia, você se firmou entre os titulares atuando pela beirada do ataque, posição que não é a sua de origem. Para este ano, você pretende continuar na posição que está hoje ou prefere ficar no meio do campo?

Vitor Bueno - "Todo treinador gosta de um jogador que atua em duas posições. Tanto pelo meio como na beirada eu posso jogar. Já atuei até de camisa 9 uma vez. Eu acho que em qualquer posição do meio pra frente eu posso estar ajudando. Porém, minha posição de origem mesmo é na meia. Mas quero ajudar. O que o professor Dorival escolher eu vou trabalhar para fazer o melhor".

Gazeta Esportiva - Você já passou por alguma dificuldade antes de chegar ao Santos? Já pensou em largar o futebol?

Vitor Bueno - "Dificuldade todo mundo tem. Jogador de futebol que não vem de time grande sofre bastante até conseguir subir na carreira. Mesmo com os problemas, eu nunca pensei em largar o futebol, que sempre foi meu sonho. Em 2015 eu fui para Campinas jogar pelo Botafogo e acabei sendo cortando no vestiário. Um cara de lá me disse que eu não servia para o futebol. Um ano depois, lá estava eu atuando no Moisés Lucarelli como titular do Santos. O mundo dá voltas".

Gazeta Esportiva - Desde quando você pensou em jogar futebol? A paixão vem desde a infância?

Vitor Bueno - "É uma história engraçada também. Eu tinha apenas quatro anos e a escolinha de futebol de Monte Alto só aceitava crianças maiores de seis anos. Minha mãe me levou até lá e eles negaram a entrada. Mas de tanto que eu chutava bola em casa e quebrava tudo, minha mãe ficou insistindo na porta da escolinha e o treinador acabou deixando eu entrar só para ela parar de encher o saco dele. E no joguinho lá eu acabei me destacando no meio dos mais velhos e fiz mais gols que todos eles. E a partir daí começou minha vida dentro do futebol. Sempre sonhei em atuar em um time grande e hoje eu consegui realizar isso".

Gazeta Esportiva - E você chegou como ao Botafogo de Ribeirão Preto?

Vitor Bueno - "Fui para Ribeirão com meus 17 anos. Mas rodei antes disso. Comecei no Monte Azul, depois fui emprestado ao Bahia. Passei uns perrengues lá e voltei. Fiquei sete meses sem ver meus pais. Fui dispensado e fiquei bem triste com isso. Meu pai foi me buscar no aeroporto, levantou minha autoestima e disse que via grande possibilidade para eu brilhar no Botafogo. E eu realmente brilhei em Ribeirão e por conta disso eu vim para um time maior ainda, que é o Santos".

Gazeta Esportiva - Falando agora um pouco do futuro. Vem aí a Libertadores. Um torneio que você nunca jogou. Qual a importância de disputar uma Liberta em sua terceira temporada pelo Santos?

Vitor Bueno - "Todo mundo sonha em uma uma Libertadores. Posso dizer que estou ansioso e esperançoso para que possamos fazer um grande campeonato e alcançar o nosso sonho, que é o título".

Gazeta Esportiva - Todo jogador jovem do Brasil tem o sonho de jogar na Europa? Com você é isso também? Já pensa nisso? Eu primeiro quer de destacar aqui no Santos?

Vitor Bueno - "Tenho o sonho sim de jogar na Europa e também de ser convocado pela Seleção Brasileira. Todo jogador que pensa alto sonha com essas duas coisas. Mas vamos viver um passo de cada vez. É dia após dia. Meu pensamento agora está no Santos e na Libertadores do ano que vem. Se aparecer alguma proposta eu sento com a diretoria e com meus empresários para resolver".

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