Como a procuradoria norte-americana já previa, o caso de corrupção envolvendo a Fifa, deflagrado em maio, segue motivando desdobramentos passados mais de seis meses. Depois de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, ser indiciado na última semana, foi a vez de Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, virar alvo desta caçada internacional. Na última sexta, Burga foi detido pela força policial da capital Lima.
Segundo imagens de televisões locais, Burga é cúmplice no esquema de corrupção que envolveu não só os sete dirigentes da Fifa presos em Zurique, no fim de maio, e extraditados aos Estados Unidos, mas também outros chefes do futebol sul-americano, como Sergio Jadue, que já renunciou ao comando da Federação Chilena e Marco Polo Del Nero, licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na última semana.
Em entrevista ao Canal N já em posse dos policiais, no banco de trás de um carro, Burga se mostrou tranquilo e fez questão de negar as acusações que lhe foram imputadas, ficando à disposição da Justiça para esclarecimentos.
"Estou tranquilo, já fiz todas as declarações. Eu não recebi nenhuma propina. Terei que me defender. Estava esperando, fui informado que vinham me buscar", declarou o ex-presidente, que cuidou do futebol peruano em três mandatos a partir de 2004.
Graduado para advogar, Manuel Burga compõe o quadro da Federação Peruana de Futebol desde 1992, quando teve rápida passagem como presidente interino da entidade e, meses depois, assumiu como secretário do futebol feminino. Em 1995, começou na vida política ao ingressar no Congresso. Quatro anos depois, era vice-presidente da FPF e secretário nacional de Transportes e da Indústria.
