Não bastasse a derrota por 3 a 2 para o Atlético-PR em pleno Barradão, a noite do Vitória teve mais um episódio complicado na última quinta-feira. Depois de receber críticas, o jovem goleiro Caíque, de 20 anos, confrontou a torcida em entrevista após o jogo e colocou sua permanência no clube para o próximo ano em dúvida. Arrependido, o arqueiro rubro-negro voltou a falar nesta sexta-feira, citou que chegou a ser ameaçado e pediu desculpas pela declaração de cabeça quente.
"Quero primeiramente pedir perdão à torcida rubro-negra. Fui infeliz em sair do jogo de cabeça quente, encostar para dar entrevista e falar o que falei. De cabeça fria ao final do jogo reconheci meu erro, conversei com o professor e o presidente, e pedi desculpas. Mas tenho que pedir perdão para a torcida que me abraçou desde a minha estreia, acreditando em mim. Levo isto como mais uma lição para minha vida. Tenho que superar as críticas e absorver isto como algo positivo. Eles cobram porque acreditam que posso dar mais. Isto me faz crescer como homem", reconheceu.
Sobre as ameaças, Caíque afirmou reconhecer o direito da torcida em poder criticar, mas sem passar dos limites. "A torcida tem direito de cobrar, criticar e elogiar a hora que quiser, mas isso não pode ser fora de campo, com ameaças. Sofri algumas ameaças de ontem para hoje nas redes sociais. Pessoas desejando mal, falando que se me encontrarem na rua vão me pegar. Quem é atleta sabe como funciona. Mas não vou deixar isso me afetar, tenho um caminho para trilhar e não será uma pequena pedra que vai entrar no meu caminho e me atrapalhar", declarou.
A declaração que causou toda a polêmica foi dada à Rádio Itapoan FM, na zona mista após a derrota para o Atlético-PR na última quinta-feira. Caíque citou que seu contrato acaba no ano de 2018, dando a entender que poderia deixar o clube devido à insatisfação da torcida.
“Não vou falar nada. É difícil falar alguma coisa. Querem comparar meu tamanho, minha envergadura... Não sei se [a falta que originou o gol do Atlético-PR] foi da pequena área, não vi. O juiz marcou a falta, os caras cobraram rápido. O torcedor um dia aplaude, no outro critica, depois elogia. Só tenho 20 anos. Vai ser assim na minha vida. Independentemente disso, sou homem aqui dentro. E não tem idade certa. O dia em que eu errar, vou assumir. Um dia eles vão aplaudir. Mas o ano que vem está aí, e aí o contrato acaba”, disse na ocasião.
Com a polêmica já resolvida, o goleiro deve ter a chance de dar a volta por cima já no próximo domingo, em jogo do Campeonato Brasileiro. Como Fernando Miguel se recupera de uma fascite plantar, Caíque deve novamente ser titular, desta vez no importante clássico diante do Bahia, marcado para as 17h(de Brasília), na Arena Fonte Nova.
