O São Paulo não encontrará um clima amistoso ao decidir a vaga para as oitavas de final da Copa Libertadores contra o Strongest, nessa quinta-feira, em La Paz. O time boliviano não interpretou bem uma entrevista em que o argentino Jonathan Calleri torcia para não se encontrar com o Boca Juniors na sequência do torneio continental. Segundo o zagueiro Luis Maldonado, o artilheiro tricolor desrespeitou o rival ao falar como se já estivesse classificado.
"A verdade é que chegou até nós essa declaração de que Calleri não gostaria de se cruzar com o Boca. Bom, nós faremos tudo que for possível para que eles não se cruzem na próxima fase", disse Maldonado, em uma entrevista reproduzida pelo jornal boliviano Página Siete. "Nada nos desviará do objetivo de arrancar a cabeça [dos jogadores] do São Paulo. Eles pagarão [pela fala do Calleri]".
Compatriota de Calleri, o defensor argentino Diego Bejarano também criticou o centroavante do São Paulo. "Li e escutei que alguns jogadores falaram como se o São Paulo estivesse classificado e que não queriam enfrentar o Boca Juniors. Mas nós veremos amanhã. Quero vê-los aqui no Hernando Siles [estádio do Strongest]", afirmou o atleta.
A declaração de Calleri foi dada a uma rádio argentina após ele ter marcado os dois gols da vitória por 2 a 1 contra o River Plate, na última quarta-feira, no Morumbi. O atacante é querido pelos torcedores do Boca Juniors e disse que "pedia a Deus" para não cruzar com o ex-clube, pois um encontro na fase de mata-mata seria "incômodo". Com sete gols, o centroavante é o artilheiro isolado da Libertadores.
Cautela - Surpreendido com uma derrota por 1 a 0 para o Strongest, na estreia da fase de grupos do torneio, o São Paulo disputará o jogo dessa quinta-feira com três volantes. O técnico Edgardo Bauza disse que adotou a estratégia para segurar mais a bola no meio-campo. O time só precisa de um empate para garantir a classificação na altitude de La Paz.
Polêmicas - Essa não foi a primeira vez que o elenco do Strongest provocou o São Paulo. Após a vitória no Pacaembu, os atletas gravaram dois vídeos em um restaurante para tripudiar sobre o adversário. Eles usaram expressões de conotação homofóbica, comuns entre os rivais tricolores, para vibrar com o triunfo. "Adeus, bambi. Tchau, bambi", disseram os jogadores.
