Pimenta mira influência de Diniz e afirma que clube "se apequenou" - Gazeta Esportiva
Pimenta mira influência de Diniz e afirma que clube "se apequenou"

Pimenta mira influência de Diniz e afirma que clube "se apequenou"

Gazeta Esportiva

Por José Victor Ligero

23/02/2017 às 08:00 • Atualizado: 23/02/2017 às 12:56

São Paulo, SP




Em meio a drinques e canapés, o candidato de oposição à presidência do São Paulo, José Eduardo Mesquita Pimenta, e seu principal apoiador, o empresário Abilio Diniz, discursaram para dezenas de conselheiros no lançamento da chapa "São Paulo Unido e Vencedor", na noite da última quarta-feira, em um tom de ataque à gestão do atual mandatário Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Falando para uma plateia indecisa entre prestar atenção ao discurso e desfrutar dos aperitivos, Pimenta lamentou o estado atual da agremiação do Morumbi. “O São Paulo se apequenou. O clube está endividado, arrecadamos menos do que nossos rivais e temos uma dívida bancária das maiores”, disse o presidente do Conselho Consultivo.

O lançamento da chapa aconteceu em uma casa de eventos no bairro do Itaim Bibi, Zona Sul da capital, localizada a 280 metros do local em que Leco confirmou Roberto Natel como o seu vice-presidente geral e Marcelo Abranches Pupo Barboza para a principal cadeira do Conselho Deliberativo.

Reforçando o nome da chapa da qual faz parte, Diniz pediu união entre os conselheiros para que todos “pensem numa só coisa: no bem do São Paulo”. Nas contas da oposição, Pimenta precisa de 120 e 125 votos para surpreender a situação, “que tende a vencer porque tem mais armas”, na avaliação do empresário.

Antigo aliado de Leco, Diniz rompeu com a situação por não ser consultado em algumas decisões. Agora, ele recorda a primeira passagem de Pimenta pela presidência do clube na tentativa de angariar votos para o pleito de abril. “Ele tem um passado brilhante, já mostrou o que pode fazer. Agora está mais experiente e pode fazer muito mais ainda”, acrescentou.

Opositor, Pimenta lançou candidatura à presidência do São Paulo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Opositor, Pimenta lançou candidatura à presidência do São Paulo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Diniz se referiu ao áureo período entre 1990 e 1994, quando Pimenta presidiu o clube na campanha do bicampeonato da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes. Sem aprofundamento, um vídeo projetado em um painel revelou o projeto da oposição, com 10 pilares de gestão.

Alguns deles convergem com o plano da situação, como a implementação do novo e já aprovado estatuto, profissionalização da gestão e torná-la mais transparente. Contudo, o que mais chamou a atenção foi o item que prevê a criação de um fundo de investimentos para o futebol. A ideia seria atingir R$ 150 milhões, verba que também seria utilizada para ajudar no pagamento de uma dívida bancária de R$ 170 milhões, segundo Pimenta.

Acerca de como seria a atuação de Diniz no Morumbi em caso de sua vitória nas eleições, Pimenta afirma que o aliado trabalharia como um “consultor independente”. O candidato também descarta a possibilidade de o clube se beneficiar de um aporte financeiro vindo do empresário, mas não escondeu que pretende usufruir de sua influência no mercado para aliviar as contas tricolores.

“Ele pode nos ajudar na constituição do fundo e também junto aos bancos. Com o poderio que ele tem, nós podemos obter contrato em melhores condições, com prazos mais alongados, juros mais convenientes. Nisso certamente ele poderá ajudar”, disse à imprensa. Por sua vez, Diniz refuta receber amplos poderes se Pimenta for eleito. “Não quero mandar no São Paulo de jeito nenhum”, discursou.

Após cumprir seu mandato na presidência do clube do Morumbi, em abril de 1994, Pimenta assumiu o cargo de Secretário Municipal de Esportes de São Paulo, durante o governo do então prefeito Paulo Maluf.

Meses depois ele recebeu denúncias de que havia pedido comissão na negociação do ex-atacante Mário Tilico para o Logroñes, da Espanha, que acabou não se concretizando. Na época, acabou expulso do Conselho Deliberativo, mas pouco mais de dois anos depois, conseguiu reunir provas que fizessem com que fosse readmitido no clube.

Pelo novo estatuto aprovado em dezembro de 2016, estas serão as últimas eleições a serem realizadas em abril. As seguintes passarão a acontecer no mês de dezembro. Portanto, o próximo presidente terá um mandato de 3 anos e nove meses.

Veja os 10 pilares do projeto de Pimenta:

1 - Implantar com rigor o novo estatut

2 - Implementar gestão profissional no clube

3 - Tornar clube social independente

4 - Integrar a base com o futebol profissional

5 - Criar fundo de investimento exclusivo para o futebol

6 - Reorganizar gestão financeira

7 - Promover a marca São Paulo e separar marketing do profissional

8 - Administrar o Morumbi como unidade de negócio

9 - Gestão transparente

10 - Implementar projeto de modernização do Morumbi

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