O São Paulo deu sua última cartada na tentativa de ficar com o jogador de 22 anos na quinta-feira. Com a recusa do Atlético-PR da oferta colocada à mesa, o clube paulista praticamente jogou a toalha em relação a esse assunto.
Três dias antes do São Paulo enfrentar o Bahia, em Salvador, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, mandatário tricolor, e Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo atleticano e condutor das tratativas, tiveram uma reunião acalorada no Morumbi.
Com a justificativa de que não teria condições de arcar com a compra do atleta nesse momento – muito em função do gasto com a aquisição de Everton –, Leco propôs um acordo, com valor abaixo da multa rescisória estipulada em contrato, em que o São Paulo pudesse retardar o pagamento para o início de 2019. Diante da negativa imediata à oferta, o presidente são-paulino, então, ofereceu Shaylon por empréstimo até o fim da atual temporada, como forma de compensação pelo período de ‘carência’.
Leco sabe que Shaylon é um desejo de Fernando Diniz, atual técnico do Furacão e que passou cerca de três meses no CT da Barra Funda no segundo semestre de 2017, acompanhando o trabalho de Dorival Júnior. Nem assim o dirigente rubro-negro se convenceu.
Curiosamente, Shaylon foi utilizado por Diego Aguirre pela primeira vez justamente no último fim de semana, e acabou evitando a derrota do São Paulo na Fonte Nova com um golaço no lance derradeiro da partida.
Na entrevista coletiva ainda no estádio soteropolitano, o técnico uruguaio deixou claro que não pretende se desfazer de Shaylon, e Leco agora também garante que a ideia de emprestá-lo já está descartada.
O São Paulo entende a irritação de Marcos Guilherme e concorda que houve uma queda técnica do camisa 23 por causa de toda essa indefinição, mas se vê de mãos atadas a partir de agora, e sem condições de pagar 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões) nesse momento, valor da multa junto ao Atlético-PR, detentor dos direitos econômicos do atleta.
Apesar de não amolecer nas negociações, os paranaenses não pretendem utilizar Marcos Guilherme em seu elenco. O plano do Atlético-PR é encontrar o melhor negócio possível, e para isso conta com a valorização de seu patrimônio, que já chegou a receber sondagens de Flamengo e Corinthians.
Nesse cenário, a única chance de Marcos Guilherme não deixar o grupo de Aguirre depende exclusivamente de uma mudança de discurso do Atlético-PR, por meio de uma contraproposta que caiba no bolso do São Paulo. Porém, nem mesmo Leco acredita mais nessa possibilidade.
Resumo do caso
Em 20 de julho do ano passado, o São Paulo anunciou a contratação de Marcos Guilherme por empréstimo. O jogador não vinha tendo espaço no Dínamo Zagreb, da Croácia, e por isso o Atlético-PR topou transferi-lo ao tricolor.
À época, o São Paulo anunciou um vínculo válido até dezembro de 2018 ao custo de 600 mil euros – outros 400 mil euros foram desembolsados pelo time croata – , mas, omitiu uma informação importante. Na realidade, o contrato tinha vencimento até 30 de junho, e os seis meses restantes estavam acordados em uma espécie de contrato de gaveta, que os atleticanos resolveram ignorar.