Refugiados sírios vão ao Pacaembu e assistem a triunfo santista na Copa do Brasil - Gazeta Esportiva
Refugiados sírios vão ao Pacaembu e assistem a triunfo santista na Copa do Brasil

Refugiados sírios vão ao Pacaembu e assistem a triunfo santista na Copa do Brasil

Gazeta Esportiva

Por Bruno Núñez, especial para a GE.net

02/10/2015 às 08:00

São Paulo, SP

Após irem a Vila Belmiro, cerca de 80 refugiados sírios marcaram presença novamente em um jogo do Santos. Na noite desta quinta-feira, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, os “convidados especiais” assistiram à vitória do Peixe diante do Figueirense por 3 a 2 e vibraram muito com a experiência de ver a partida.

A ação que é promovida pelo Santos é feita em parceira com a Oasis Solidário, associação que dá assistência aos refugiados no Brasil. O sírio Amer Masarani, presidente da entidade, está no Brasil desde 1996 e afirmou que a ideia partiu do time da Vila Belmiro, lembrando que a equipe é famosa por atos de solidariedade, como quando parou a guerra de Biafra, na Nigéria, em 1969.

“Essa ação foi iniciativa do Santos mesmo. Historicamente eles têm um trabalho muito grande com esse tipo de solidariedade, tanto que eles pararam uma guerra uma vez. Eles chamaram a gente para trazermos os refugiados sírios. Fizemos isso na Vila Belmiro e agora viemos para o Pacaembu”, relata Amer.

Segundo Amer, a ação promovida pelo time santista serve para os sírios recém-chegados ao Brasil esquecerem os traumas causados pelos conflitos da região. O presidente da Oasis Solidário afirma que os refugiados esperam ter uma chance de viver sem preocupações no país sul-americano, diferente dos muitos outros estrangeiros que chegam aqui.

Os sírios compareceram em peso no estádio do Pacaembu (Foto: Fernando Dantas/GazetaPress)
Os sírios compareceram em peso no estádio do Pacaembu (Foto: Fernando Dantas/GazetaPress)


“Quando eu vim pra cá em 1996 estava na esperança de melhorar meu futuro, eles por outro lado querem ter uma chance de viver. O jogo do Santos para o povo distrair, esquecer o trauma causado pela guerra. Deixar as preocupações de lado, principalmente aquelas que eles viveram em meio a tanto sofrimento”, revela.

Inicialmente eram esperados 100 sírios, mas muitos não foram ao jogo porque trabalham à noite ou estavam cuidando a família. Inclusive, entre os refugiados que estão no Brasil existem esportistas. Segundo Amer, um jogador de futebol, que atuava no Al-Ittihad Aleppo, tradicional clube do país asiático, não pôde ir à partida porque estava no serviço.

Os sírios presentes no Pacaembu mostraram empolgação em conhecer o estádio. Alguns arriscavam um “obrigado” para agradecer as pessoas que os ajudavam a chegar em seus lugares. Um grupo mais empolgado entoou o grito de “Santos!”, aguardando o início do confronto contra o Figueirense.

O grupo que foi ao Pacaembu já está sob os cuidados da Oasis. A associação trata de ajuda-los a encontrar emprego e moradia, além de ensinar o português para quebrar a barreira do idioma.

“Os refugiados antes de chegar no aeroporto se comunicam com a gente através da nossa página. Nossa associação vai busca-los lá, faz a preparação dos documentos deles com a Polícia Federal, carteira de trabalho, emprego, além de procurar moradias para eles. Também ensinamos português para eles porque a maior barreira é o idioma”, sentencia.

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