Juiz volta atrás em decisão para suspender processo de impeachment no Santos - Gazeta Esportiva
Juiz volta atrás em decisão para suspender processo de impeachment no Santos

Juiz volta atrás em decisão para suspender processo de impeachment no Santos

Gazeta Esportiva

Por Correspondente Lucas Musetti Perazolli

25/09/2018 às 18:10 • Atualizado: 25/09/2018 às 18:13

Santos, SP

Assembleia, por enquanto, está mantida para o dia 29 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


O juiz Frederico Messias, da 4ª Vara Cível de Santos, suspendeu a própria decisão de dar vitória ao presidente José Carlos Peres na votação pelo impeachment no Conselho Deliberativo, no último dia 10, que cancelava a assembleia entre os associados no próximo sábado.

"Determinei a redistribuição para a 1ª Vara Cível de Santos, onde há um processo anterior sobre os mesmos fatos. Até que o Juiz de lá receba o processo, determinei a suspensão da minha decisão. O clube será comunicado ainda hoje. Agora todas as decisões são da 1ª Vara Cível de Santos", disse o juiz, à Gazeta Esportiva.

Mais cedo, o presidente do Santos, José Carlos Peres, disse que queria “esquecer” a decisão judicial. Ele soube na madrugada desta terça-feira da ação aberta por um conselheiro, por meio da Gazeta. 


“Eu fiquei sabendo às 2h. Esta liminar não é a minha. Foi um conselheiro do clube revoltado com o dia da Assembleia. Foi uma votação totalmente equivocada. Precisava ter 2/3 dos presentes, de quem assina a lista de presença. Foi uma ação de um conselheiro que se sentiu prejudicado, mas não vamos perder o foco. Estamos pensando no sábado. Vamos ter uma votação grande. Eles têm duas opções: votar a favor e voltar ao passado ou seguir evoluindo”, disse Peres, em entrevista coletiva nesta terça-feira, no CT Rei Pelé.


“Eu estou mantendo o foco de convencer o associado que esta é a mais importante assembleia que o clube teve até hoje. O nosso estatuto está precisando de reforma. O presidente do Conselho contratou dois advogados para isso. Houve pressão. A comissão também chegou a uma conclusão equivocada que teria de ser com todos os votantes. Não sabia que ele (conselheiro) tinha entrado (com a ação)”, completou.


Fernando Turiani Fernandes, conselheiro do Santos, entrou com a ação na Justiça. Seu advogado, o doutor Jorge Leão Freire Dias, afirmou que foi concedida uma antecipação de tutela nesta segunda-feira, pela 4ª Vara Cível de Santos, por meio do juiz Frederico dos Santos Messias. Ele, em contato com a Gazeta, também confirmou o despacho, às 18h30 desta segunda, e disse que ele seria cumprido nesta terça – o que não ocorreu por conta das novas informações nessa tarde.


Por enquanto, a assembleia está marcada. Se o pleito for mantido, metade + 1 dos associados teriam que votar “sim” para derrubar Peres.


Os pedidos de impeachment foram baseados no possível descumprimento de três artigos do Estatuto Social (veja abaixo). O presidente assumiu o Santos como sócio de uma empresa aberta de agenciamento de atletas. A firma foi fechada após o início das investigações.


Artigo 61, parágrafo 3º
Os membros do Comitê de Gestão são impedidos de ter qualquer tipo de relacionamento profissional com o Santos, direta ou indiretamente, ou ser procurador de atletas, empresário de atletas, agente de atletas ou sócio de pessoas jurídicas que exerçam tais atividades


Artigo 68, alínea B 
São motivos para pedir o impedimento do Presidente e do Vice-Presidente do Comitê de Gestão do Santos: (b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Santos


Artigo 68, alínea D
São motivos para pedir o impedimento do Presidente e do Vice-Presidente do Comitê de Gestão do Santos: (d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa ordem estatutária


Artigo 77
O Comitê de Gestão poderá propor a criação e/ou extinção de Superintendências, Gerências e Divisões para compor a Administração Executiva do Santos, desde que com a aprovação do Conselho Deliberativo e após parecer favorável da Comissão de Estatuto. Conforme o disposto nas Disposições Transitórias deste Estatuto, o Comitê de Gestão deverá desenvolver a estrutura ideal para a Administração Executiva do Santos, podendo, para tanto, contar com o auxílio de consultores externos.

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