Santos está invicto contra o Benfica em duelo repleto de história - Gazeta Esportiva
Santos está invicto contra o Benfica em duelo repleto de história

Santos está invicto contra o Benfica em duelo repleto de história

Gazeta Esportiva

Por Leonardo Moric*

07/10/2016 às 09:44 • Atualizado: 07/10/2016 às 13:26

São Paulo, SP

O Santos recebe o Benfica neste sábado, às 16 horas (de Brasília), em jogo comemorativo dos 100 anos do "Alçapão santista", a Vila Belmiro. A escolha do adversário para celebrar este momento importante da história do Peixe, no entanto, não foi feita à toa, já que o confronto entre os dois times é cercado de muita história e de nomes e equipes que ficaram marcados entre os melhores da história do futebol.

Duas das equipes mais fortes do final dos anos 50 e em todo os anos 60, Benfica e Santos tiveram confrontos épicos durante o período, inclusive decidindo o título de um Mundial de Clubes. Em toda a história, porém, não há equilíbrio nenhum, já que o Peixe leva larga vantagem, com seis vitórias e apenas um empate em sete jogos contra os portugueses.

Como é de se esperar, os maiores artilheiros da história do confronto são também dois dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Presente em todos os sete jogos entre Santos e Benfica, Pelé lidera a artilharia do confronto com oito gols marcados. Já pelo lado dos Encarnados, o jogador que mais balançou as redes é o ídolo português Eusébio, com cinco tentos e ausência em apenas uma das partidas. Vale fazer uma menção honrosa ao atacante Toninho Guerreiro, que atuou em apenas três embates entre o Peixe e as Águias e tem incríveis seis gols anotados.

Primeiros confrontos entre as equipes




A primeira partida entre os times aconteceu no ano de 1957, mais precisamente no dia 23 de julho. Em amistoso realizado na Vila Belmiro, o Santos recebeu o Benfica, que até então vinha invicto em excursão realizada pelo Brasil, e venceu pelo placar de 3 a 2. A equipe do Peixe, que era comandada por craques como Zito, Jair, Pelé, Pepe e Tite, era extremamente temida mundialmente. Por isso, a imprensa da época viu o resultado como uma "vitória moral" da equipe portuguesa, em grande demonstração do poder santista no período. Os gols do Alvinegro da Vila Belmiro foram marcados por Tite (duas vezes) e Pelé, enquanto Aguas e Cavem diminuíram para as Águias.

As duas equipes voltaram a se enfrentar em 1961, desta vez pelo Torneio de Paris. Em partida realizada no Parque dos Príncipes, atual estádio do Paris Saint-Germain, o Peixe não tomou conhecimento do Benfica e venceu por 6 a 3. O grande destaque do confronto foi o trio ofensivo do Santos, que comandou a goleada com dois gols de Pelé, dois de Pepe e um de Coutinho. Eusébio foi o grande nome pelo lado dos Encarnados, marcando os três gols da equipe.

Pelé participou de todos os confrontos entre Santos e Benfica (Foto: Acervo/Gazeta Press)
Pelé participou de todos os confrontos entre Santos e Benfica (Foto: Acervo/Gazeta Press)


Mundial de 1962

Os dois maiores duelos da história entre as equipes ainda estava por vir. No ano de 1962, em dois grandes jogos, o Santos, campeão da Copa Libertadores, e o Benfica, vencedor da Taça dos Campeões Europeus, decidiram o título do Mundial de Clubes de 1962. No primeiro jogo, realizado diante de um Estádio do Maracanã com mais de 94 mil pessoas, os Encarnados entraram em campo com uma postura defensiva. Mesmo assim, o Peixe conseguiu se sobressair e vencer por 3 a 2, com Santana marcando os dois gols portugueses e Pelé (duas vezes) e Coutinho balançando as redes para os brasileiros.

No jogo de volta, apesar da expectativa de um duelo equilibrado, o Santos não deu chances dentro de campo e massacrou o Benfica. Com um futebol envolvente e um time de craques, o Peixe dominou o jogo e abriu 5 a 0 de vantagem em um estádio com a presença de aproximadamente 73 mil torcedores portugueses. Dois dos tentos, ambos de Pelé, foram marcados ainda no primeiro tempo. Já na segunda etapa, Coutinho, Pelé novamente e Pepe aumentaram o placar. Nos minutos finais, os Encarnados ainda diminuíram com Eusébio e Simões, mas era tarde demais. Com vitória por 5 a 2 e título garantido, a equipe santista se consolidava em um dos maiores momentos de sua história.

Eusébio foi o grande artilheiro do Benfica na história do confronto, com cinco gols (Foto: Acervo/Gazeta Press)
Eusébio foi o grande artilheiro do Benfica na história do confronto, com cinco gols (Foto: Acervo/Gazeta Press)


Goleadas e último jogo

Após os dois confrontos decisivos em 1962, Benfica e Santos se enfrentaram mais três vezes. Em 1966, no Torneio de Nova Iorque, competição amistosa realizada nos Estados Unidos, o Santos aproveitou sua boa fase e goleou por 4 a 0, com dois gols de Edu, um de Toninho Guerreiro e um de Pelé. Naquele momento o Peixe era visto como uma das maiores equipes do mundo, contando com muito assédio de torcedores e com declarações inclusive de que o time poderia ter sido escolhido por completo para representar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966.

Em 1968, o penúltimo confronto foi pelo Pentagonal de Buenos Aires em nova goleada do Santos, desta vez por 4 a 2. Em jogo realizado na famosa La Bombonera, estádio do Boca Juniors, o Peixe venceu com quatro gols de Toninho Guerreiro, enquanto Toni e Calado descontaram para o Benfica.

O último jogo foi o único empate entre os times. Em novo amistoso disputado em Nova Iorque, Santos e Benfica empataram em 3 a 3. Os gols do Peixe foram marcados por Carlos Alberto, Edu e Toninho Guerreiro, enquanto os Encarnados balançaram as redes com Jacinto, Zé Augusto e Eusébio.

Neste sábado, o amistoso na Vila Belmiro contará a história do oitavo capítulo do duelo entre Santos e Benfica e, se a qualidade presente no histórico de confrontos for mantida, tem tudo para ser outro grande jogo.

*Especial para a Gazeta Esportiva

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