Médium de 1993 vê meias brancas banalizadas e Corinthians mais forte - Gazeta Esportiva
Médium de 1993 vê meias brancas banalizadas e Corinthians mais forte

Médium de 1993 vê meias brancas banalizadas e Corinthians mais forte

Gazeta Esportiva

Por Bruno Ceccon

11/06/2016 às 22:00 • Atualizado: 11/06/2016 às 22:10

São Paulo, SP




A tradição de disputar partidas importantes de meiões brancos, incorporada pela Sociedade Esportiva Palmeiras desde o dia 12 de junho de 1993, é obra do médium Roberio de Ogum. Antes de um novo Derby no Dia dos Namorados, ele vê o artifício banalizado e sente o Corinthians mais forte espiritualmente para o confronto pelo Campeonato Brasileiro.

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Roberio iniciou uma bem-sucedida parceria com Vanderlei Luxemburgo no Bragantino durante o final da década de 1980 e acompanhou o técnico na passagem pelo Palmeiras. Derrotado no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista 1993, o time palestrino reverteu a vantagem do Corinthians no dia 12 de junho trajado com meias brancas ao invés das tradicionais verdes por orientação do médium.

“Previ que o Corinthians teria três jogadores expulsos naquela decisão, então a gente também corria esse risco (os corintianos Ronaldo, Henrique e Ezequiel e o palmeirense Tonhão receberam cartão vermelho). Por isso, usamos as meias brancas com a finalidade de trazer muita paz e tranquilidade ao time. Já a camisa, listrada em verde e branco, proporcionava a energia de Oxóssi”, explicou.

Vinte e três anos depois, Roberio de Ogum lembra uma série de cuidados tomados para findar o jejum. Além das meias brancas, ele recomendou o uso de camisetas de mangas compridas por parte dos atletas - o médium conta ter levado os uniformes à sua casa para prepará-los na véspera do jogo. Ele sugeriu a Luxemburgo uma camisa de seda branca, se preocupou com o local da concentração e até com o motorista do ônibus da delegação.

“Como não havia um jogo novo de camisas de mangas compridas, usamos um velho mesmo. A camiseta do Antônio Carlos, por exemplo, tinha um furo debaixo do braço. O roupeiro ficou louco comigo, e os jogadores não entendiam nada. Foi uma grande responsabilidade, mas eu e o Vanderlei sabíamos que era o único caminho. O Palmeiras possuía um grande time, com um grande treinador. Mas faltava astral, equilíbrio”, disse.

Trajado de maneira incomum, o Palmeiras encerrou o jejum de 16 anos sem títulos ao golear o Corinthians por 4 a 0 na final do Campeonato Paulista 1993 e, desde então, incorporou o costume. Nas nove finalíssimas ou partidas decisivas jogadas com meias brancas, sofreu apenas uma derrota. Nos 13 jogos por títulos com meias verdes, venceu seis.

No último Derby, pela primeira fase do Paulista, Palmeiras venceu de meia branca (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Esportiva)
No último Derby, pela primeira fase do Paulista, Palmeiras venceu de meia branca (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Esportiva)


“Que beleza! A meia branca foi realmente...”, exclamou Roberio ao saber dos números, interrompendo o discurso. “Vou contar uma coisa que nunca contei. Quando decidimos usar meias brancas, o Vanderlei perguntou se eu estava convicto e avisou que seríamos gozados em caso de derrota. Eu respondi: ‘Os deuses me falaram que o Palmeiras de meia branca é o time da vitória’. Então, nos abraçamos e choramos”, recordou.

Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras usou meias brancas para ganhar o Campeonato Paulista (1993, 1994 e 2008), o Campeonato Brasileiro (1993 e 1994) e o Torneio Rio-São Paulo (1993). Na Copa do Brasil 1998, com Luiz Felipe Scolari, e na Copa do Brasil 2015, com Marcelo Oliveira, o mesmo artifício foi empregado. A única derrota ocorreu na decisão do Campeonato Paulista 1995, diante do Corinthians.

Ao longo dos últimos anos, o clube empregou a estratégia não apenas em clássicos e decisões de campeonato. Na semifinal da Copa do Brasil 2015, por exemplo, a equipe utilizou meias brancas para vencer o Fluminense nos pênaltis. Na 14ª rodada do Campeonato Paulista 2016, já sob o comando de Cuca, ganhou por 1 a 0 do Corinthians com o mesmo traje.

“O Palmeiras recebe muito a influência de Oxóssi, uma energia que precisa estar leve, suave. Então, a meia branca sempre ajuda, mas ela não pode ser explorada em excesso. Se alguém do clube me perguntasse, eu diria para usar só em decisão. Em clássico, não usaria. Se ficar usando toda hora, não vai mais dar o mesmo resultado. Tem que ser guardado para as decisões”, recomendou o médium.

Roberio de Ogum conversou com a Gazeta Esportiva sobre o novo Derby do Dia dos Namorados na última quinta-feira. Ocupado com seus afazeres no templo durante a tarde, ele não pôde atender à primeira ligação e pediu para retornar dentro de algumas horas. À noite, após “olhar espiritualmente” o assunto, falou com desenvoltura a respeito do clássico de domingo.

“O Palmeiras é um time que tem no seu astral muito mais ousadia e valentia do que equilíbrio. Pode ganhar um jogo difícil e perder dois fáceis, porque vive da emoção do Gabriel Jesus, do Dudu e daquele loirinho (Roger Guedes), atletas de muita explosão espiritual”, analisou o médium, para quem o suspenso Vitor Hugo fará muita falta. “É o grande iluminado do elenco. Já nos encontramos em uma padaria e fiquei até assustado com a energia dele”, contou.

O médium Robério de Ogum (São Jorge, no sincretismo) é torcedor do Santos (Foto: Divulgação)
O médium Robério de Ogum (São Jorge, no sincretismo) é torcedor do Santos (Foto: Divulgação)


Lembrado pelas meias brancas de 1993, Roberio de Ogum também está ligado ao fim do jejum corintiano, já que foi protagonista no lendário episódio em que um sapo teria sido desenterrado do gramado do Parque São Jorge dias antes do título paulista de 1977. O time alvinegro, de acordo com o médium, tem mais chances no Derby deste domingo.

“Essa data representa muito para mim e, se o Palmeiras ganhar, vai ser uma enorme alegria, mas o Corinthians possui muito mais força espiritual e intuição. É um jogo muito, muito difícil para o Palmeiras. Se o astral não mudar até a hora da partida, o Corinthians tem grande possibilidade de vencer. O Tite é um iluminado, está além do normal em termos de astral, energia, proteção e, acima de tudo, intuição”, enumerou.

Com um novo Derby no dia 12 de junho, Evair, Edmundo, César Sampaio, Tonhão e Sérgio foram convidados pelo Palmeiras para acompanhar a partida deste domingo no Estádio Palestra Itália. Durante o intervalo do clássico contra o Corinthians, os titulares de 1993 serão homenageados pelo clube no gramado, o que pode beneficiar a equipe alviverde no plano espiritual, de acordo com Roberio de Ogum.

“O Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista de 1993 com um time formado por jogadores maravilhosos. A cada vez que pisam no gramado, além de muita história, eles carregam um amor enorme pelo clube. Vão levar para dentro da arena um pouco daquela energia que tiveram em 1993, nessa mesma data. Então, ajuda, sim”, assegurou o vidente.

Torcedor do Santos, Roberio de Ogum encerrou sua parceria com o técnico Vanderlei Luxemburgo em 2007 e, afastado do futebol, tem se dedicado a fazer previsões sobre o futuro político do Brasil. Com o Palmeiras sob o comando de Cuca, supersticioso e devoto de Nossa Senhora Aparecida, o médium acredita na possibilidade de ver um novo título brasileiro em verde e branco, desde que a preparação não fique restrita às quatro linhas.

“Gosto do astral do Cuca. Espiritualmente, ele é um adolescente, um crianção por dentro, no bom sentido. O técnico e o clube precisam muito do título brasileiro. Apesar da reforma, o astral no Parque Antarctica não é legal. Precisa arrumar isso. Se mexer bem espiritualmente, o Palmeiras termina o ano como campeão brasileiro. Tem tudo para conquistar, mas precisa mexer espiritualmente”, alertou.

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