Em entrevista à Gazeta Esportiva, o gerente de futebol do Alviverde Cícero Souza, desde 2014 no clube, explicou as mudanças implementadas na base palmeirense nas últimas temporadas.
“É o papel do gestor traçar a ideia de futebol de cada clube. O profissional e a base caminham juntos, e infelizmente, na maioria dos clubes brasileiros existe um muro - de um lado trabalha a equipe profissional, do outro a equipe de base; sem processos integrados, sem metodologias integradas, sem uma visão mais ampla”, contou.
Além da integração entre base e profissional, mais quatro fatores foram destacados pelo dirigente: investimento em infraestrutura; contratação de um corpo técnico qualificado; aumento da exposição; e a ideia clara, por parte do clube, do tipo de jogador que quer revelar.
“O que foi feito no Palmeiras foi o que todos os clubes deveriam fazer: valorizar a estrutura. Precisou-se trabalhar um pouco na estrutura de Guarulhos e uma série de contratações chaves”, explicou.
“Contratação de um coordenador de base específico e com expertise para isso; contratação de olheiros e observadores com expertise; a qualificação das comissões técnicas; a visão macro de fazer as categorias de base excursionarem, principalmente para conhecerem outros modelos e também agregar em valor de mercado com a sua exposição, o Palmeiras por exemplo conseguiu fazer vendas com isso”, seguiu o dirigente.
“E acima de tudo, uma ideia de qual jogador você quer formar. Esse é o papel do gestor nesse momento em relação às categorias de base e que eu acho que muitos clubes do Brasil ainda precisam despertar para”, concluiu.
Presidente da Abex (Associação Brasileira de Executivos de Futebol), o dirigente participou da mesa Uma nova gestão para uma nova indústria - O(a) executivo(a) como profissão regulamentada, no Congresso de Futebol das Américas, realizada na última semana de janeiro.