"Está exausto": Muricy Ramalho aponta cansaço de Abel Ferreira, técnico do Palmeiras; confira
São Paulo, SP
28/06/23 | 18:35
A mudança recente de tom de Abel Ferreira quanto à renovação de seu contrato com o Palmeiras é reflexo de um estado de cansaço puro. Ao menos, foi o que afirmou o ex-treinador Muricy Ramalho, em entrevista à Rádio De Pai para Filho nesta quarta-feira (28).
Anteriormente, o português afirmou que iria cumprir integralmente seu contrato com o Alviverde — válido até o fim de 2024 — e, depois, "fazer uma pausa merecida". Após o jogo contra o Botafogo, porém, o comandante alterou o discurso e adiou planos de definição. "Eu gosto de ser capitão da minha alma e dono do meu destino. E eu também já disse que não quero ficar falando sobre futurologia porque acho que devemos viver o aqui e o agora", declarou.
Recentemente, a presidente Leila Pereira reiterou que quer contar com Abel até o fim de 2027 — levando em conta uma hipotética reeleição da mandatária.
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"Ele (Abel) está exausto. Fui treinador por um tempo e sei quando o técnico está cansado, e ele está um pouco", declarou Muricy, experiente e ciente dos pormenores da profissão.
"É um cara que vai atrás de resultado, inquieto, às vezes passa da bola. Ele mesmo fala e pede desculpa várias vezes, não tem esse controle. Não sei se ele é muito jovem ainda, mas aconteceu comigo também: lá na frente, a bateria vai acabando. Vai ficando mais tranquilo. Chegam alguns momentos que você pensa: 'vou dar um tempo'. Mas aí você vai trabalhando, chega o final do ano e você entra de férias, depois de uma semana você já fica legal. Daqui a pouco, ele vai refletir e esses momentos de sufoco passam", afirmou.
Muricy também mostrou-se compreensivo quanto ao cansaço de Abel. De acordo com o ex-treinador, as próprias cobranças, além das críticas externas — em meio ao sucesso recente do Palmeiras — são desgastantes. Ainda segundo Muricy, a experiência ainda a ser adquirida por Abel — que tem somente 44 anos — vai ajudar o português a "suportar mais".
"Ser treinador no Brasil não é fácil. Existem 220 milhões de treinadores no Brasil — e todo mundo tem a fórmula mágica. O único burro que tem no futebol é o técnico. Temos que tomar cuidado, o cara está lá no dia a dia e trabalha muito", declarou.
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